O
morde e assopra entre integrantes do PT em relação ao presidenciável Ciro Gomes
(PDT) segue escrevendo novos capítulos na novela eleitoral a poucos meses do
registro das candidaturas. Depois de a presidente nacional do PT, a senadora
Gleisi Hoffmann, afirmar que a legenda não comporia chapa com o ex-ministro nem
com “reza brava”, um novo aceno veio do PCdoB aliado histórico do PT.
O
governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), escreveu ontem (09/05) no Twitter que o
grupo de esquerda deveria, em caso de não possibilidade da candidatura de Lula,
se unir e apoiar o nome do bloco que estivesse melhor posicionado nas
pesquisas. Nesse caso Ciro Gomes.
“Defendo
a candidatura de Lula e que todo o campo popular o apoie. Caso Lula não consiga
ser candidato, defendo a unidade do lulismo em torno do melhor posicionado,
para tentar ir ao 2º turno e ganhar a eleição”, escreveu o governador.
A
fala do comunista gerou repercussão interna no PT. Ao jornal O POVO, o deputado Assis
Carvalho (PT-PI) rebateu Dino afirmando que a pesquisa Datafolha indicava que
Lula mesmo preso influenciaria em cerca de 30% dos votos dos brasileiros. “Se o
Lula escolhe um candidato, ele já é bem avaliado (pelos eventuais 30%). O PT
não oferecendo candidatura, vai fortalecer a direita”, defende o parlamentar.
Por
outro lado, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) defende “diálogo” entre todos
os partidos considerando todos os cenários possíveis. Evitando críticas a Ciro
Gomes, ele diz que é preciso dialogar com o PDT, o PCdoB, o Psol e o PSB.
“Vamos continuar conversando com as forças progressistas e vamos ver como
caminha”, admite o petista.
O
PT, no entanto, continua alimentando o discurso de candidatura de Lula, mesmo
preso e com poucas perspectivas de ter a liberação da Justiça eleitoral para a
sexta candidatura presidencial. Em meio ao histórico de traições a aliados,
Ciro tem fortes restrições no Ceará — principalmente com a ex-prefeita
Luizianne Lins, que faz parte da Executiva Nacional.
O
governador Camilo Santana (PT), em contrapartida, já chegou a defender o
ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, como vice na chapa de Ciro.
Principal aliado de Camilo no Ceará, o ex-governador tem deixado o petista em
saia-justa para o pleito de outubro. A depender do futuro eleitoral de Lula, o
chefe do Executivo estadual poderá ficar impedido de pedir votos para o
padrinho político no Estado.
No
âmbito nacional, o PT insiste que não abrirá mão da candidatura de Lula em
outubro. Em artigo publicado na última segunda-feira, 7, Gleisi Hoffmann,
reforça que o “PT sempre soube trilhar os caminhos junto do povo, e não será
nesse momento” que irá se “orientar por avaliações ditadas de fora”.
A
senadora diz respeitar as candidaturas de esquerda e centro-esquerda, mas só
Lula “conseguirá consertar os rumos do País, pacificando-o e resgatando a
dignidade do povo brasileiro”.
Para
especialistas quatro pontos facilitam a aliança entre Ciro Gomes e o PT:
>
Possibilidade de o partido não conseguir chegar ao segundo turno com a prisão
de Lula
>
Oposição ao governo Michel Temer
>
Apoio de Ciro ao PT nos anos de 2006, 2010 e 2014
>
Necessidade de uma frente ampla de esquerda
Já
as críticas de Ciro Gomes em relação ao ex-presidente Lula e a boa parte dos
programas implementados pelo partido nos governos Lula e Dilma afastam o PT de
Ciro.
Com
informações portal O Povo Online
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