Plenário vazio do STF (Foto: Divulgação) |
Seja
qual for o veredito, o Supremo Tribunal Federal (STF) entrará no centro da
crise mais uma vez nesta quarta-feira (04/04). Encarregado de julgar o pedido de habeas
corpus da defesa do ex-presidente Lula no caso do triplex do Guarujá, o STF
será incapaz de chegar a uma decisão que não desagrade boa parte da população.
Caso
liberem a tão debatida prisão em 2ª instância, os ministros terão de lidar com
hordas enfurecidas que os acusarão de rasgar a lei e a Constituição, de fazer
pouco caso das instituições da democracia brasileira. Caso impeçam o instituto,
considerado vital para o prosseguimento de investigações da Lava Jato, serão
acusados da mesma coisa. Só que por outra horda.
Fora
da Corte, não há mais debate ou qualquer análise jurídica dos fatos. Os lados
de cada um já estão escolhidos há anos. A ironia é que, nessas horas em que é
impossível agradar gregos e troianos, caberiam bem a discrição e coerência
esperadas do Judiciário.
Discrição
e coerência que, nos últimos anos, vêm sendo dilapidadas pela própria Corte em
declarações despropositadas à imprensa, decisões controversas e até barracos no
plenário. No fim de semana, defensores de intervenção militar em Fortaleza
faziam mais ataques a ministros do Supremo do que a políticos. Seja lá como
votarem, os ministros dormem na quarta-feira na cama que ajudaram a fazer.
Publicado
originalmente no portal O Povo Online
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