A
oposição no Ceará voltou a esfriar e tem ameaçada a capacidade de articulação
para a disputa pelo Palácio da Abolição na eleição de outubro. Sem candidato
definido, os opositores ao governador Camilo Santana (PT), na Assembleia
Legislativa do Ceará (ALCE), permanecem desmobilizados e sem perspectivas de
quais nomes deverão confrontar o grupo do petista para o Governo e o Senado.
A
desmobilização é narrada pelos próprios integrantes do grupo. O ex-governador
Lúcio Alcântara (PSDB) contou que a oposição sequer se reuniu para traçar as
estratégias eleitorais. Uma “comissão” havia sido formada no final de março
deste ano pelo senador Tasso Jereissati (PSDB) e prometia iniciar as
movimentações em busca de nomes e estratégias eleitorais na Capital e no
Interior.
Reuniões e visitas pelo Interior iriam ser organizadas pela comissão
coordenada pelos ex-governadores Tasso, Lúcio, além do deputado Capitão Wagner
(Pros). “Não participei (da reunião da comissão). Acho que nem houve. O que
houve foi encontro do Roberto (Pessoa) com o Tasso (Jereissati)”, afirmou Lúcio
Alcântara.
O jornal O POVO procurou o vice-prefeito de Maracanaú para comentar os
detalhes do encontro, mas o telefone celular estava desligado.
O
deputado estadual Roberto Mesquita (Pros) criticou a desmobilização. Segundo ele,
não há reuniões para discutir a eleição deste ano. “A movimentação da oposição
está ocorrendo só por telepatia. Todo mundo pensando em apresentar chapa, mas
não tem nome. Nem tem união das oposições para lançar um nome. Isso prejudica
muito”, admitiu o deputado.
Mesquita
aponta os últimos acontecimentos políticos, relembrando o fato de Tasso ter
declarado ao pré-candidato à Presidência da República, Geraldo Alckmin (PSDB),
que não será candidato ao Governo, e do esfriamento da mobilização do deputado
Capitão Wagner (Pros) de bancar a candidatura ao Governo do Estado sem apoio.
“Com a negativa do senador e o esfriamento do Wagner, a oposição ficou
novamente sem nome”, alerta. A reportagem também procurou Wagner, através da
assessoria de imprensa, mas as chamadas não foram atendidas.
O
presidente estadual do PSDB, Francini Guedes, tentou colocar panos quentes na
crise da oposição. Ele diz que “não tem nada definido” e que podem surgir
“outros nomes”. “Não posso dizer quem são os nomes possíveis, depende muito das
pessoas. Estou convicto de que teremos candidatos”, garante.
Para
Heitor Férrer (SD), que faz oposição de modo isolado aos tradicionais grupos, a
articulação deve partir dos dois principais nomes da oposição, como Tasso e
Wagner. “Tempo temos para definir como vamos atuar no processo eleitoral. O
Governo levou para si quase todos os partidos. Quem tem os olhos fundos tem que
chorar mais cedo”, cobrou.
Com
informações portal O Povo Online
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