Surpresa
na mais recente pesquisa Datafolha, divulgada no último domingo, 15, na qual
oscilou entre 8% e 10% das intenções de voto, o ex-ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Joaquim Barbosa (PSB) ainda tem longo caminho a percorrer para se
firmar candidato à Presidência da República.
Além da decisão pessoal de entrar
na disputa, Barbosa precisa superar resistências dentro do próprio partido. A
principal preocupação de correligionários é que a oficialização da candidatura
dificulte alianças nos estados onde o PSB lançará nomes para disputa
majoritária. Uma
eventual candidatura de Barbosa terá que contornar questões específicas em cada
estado.
Em Pernambuco, por exemplo, o governador Paulo Câmara, que tenta
reeleição, não quer abrir mão do apoio do ex-presidente Lula (PT) ou de
qualquer nome apoiado pelo petista, que está preso desde 7 de abril em Curitiba.
Em
São Paulo, Márcio França assumiu como governador após Geraldo Alckmin sair para
tentar a Presidência e quer o apoio do tucano para seguir no poder.
No Ceará,
há outro impasse. O deputado federal e presidente estadual do PSB, Odorico
Monteiro, não descarta a possibilidade de o partido nacionalmente se aliar a
Ciro Gomes, pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo PDT.
“A tendência no
Ceará é que o PSB acompanhe o governador Camilo Santana (PT). Há uma corrente
no partido que quer uma indicação para vice da chapa do Ciro”, complementa
Odorico, esquivando-se de avaliar possível candidatura de Barbosa.
Em
reportagem publicada no jornal O POVO, no último dia 26 de março, Odorico afirmou que
“a alma do PSB hoje é pró-Ciro”. Ontem, ele afirmou que o partido trabalhará
para colocar em prática os termos aprovados no congresso nacional da sigla.
“A
candidatura dele não está oficializada. E as prioridades do partido são
trabalhar dez candidaturas para governador e fortalecer as alianças de centro-esquerda”,
afirma Odorico, reforçando que ainda é cedo para projetar cenários, visto que o
próprio Barbosa não está convencido da candidatura e integrantes do partido
ainda dialogam sobre o assunto.
A
cúpula nacional do PSB também adota cautela ao tratar do assunto. O mais
otimista é Carlos Siqueira, presidente da sigla. “Queremos apresentar um
candidato que possa renovar o Brasil. A candidatura Eduardo Campos
(presidenciável da sigla no pleito passado, morto em acidente aéreo em plena
campanha) teve mais resistência no PSB do que Joaquim Barbosa”.
A
declaração foi dada à rádio Eldorado um dia após reunião entre Barbosa e outras
lideranças do partido para discutir a conjuntura política atual. Um novo
encontro é esperado para debater ideias para a economia. Filho de Eduardo
Campos e chefe de Gabinete do governador Paulo Câmara em Pernambuco, João
Campos é da corrente mais relutante a Barbosa, mas nega veto ao ex-ministro no
partido.
“Conversamos
com diversas frentes de esquerda. Qualquer aliança nacional deve estar alinhada
com as causas e diretrizes que defendemos. Se ele (Barbosa) se enquadrar nisso,
o PSB pode apoiá-lo”, afirma João.
Na
pesquisa Datafolha, Barbosa oscilou na preferência dos entrevistados, ocupando
a 3ª ou a 4ª posição, empatando tecnicamente com outras candidaturas mais
consolidadas como as de Ciro e Alckmin.
Com
informações portal O Povo Online
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