Ex-ministro Joaquim Barbosa chega para encontro com dirigentes do PSB (Foto: Dida Sampaio) |
O
PSB considera que o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa
está alinhado às diretrizes do partido para a economia. Barbosa, que poderá
disputar a Presidência pela legenda, costuma se definir como um
social-democrata, adepto da responsabilidade fiscal, mas defensor também de um
Estado indutor do desenvolvimento social.
A
um interlocutor, o ex-ministro do STF afirmou que sua história de vida, marcada
pela superação da pobreza, não lhe permite abraçar um projeto ultraliberal ou
defender o “capitalismo selvagem”.
No
encontro com cúpula e principais líderes do partido ontem, em Brasília, Barbosa
recebeu a cópia de um documento da Fundação João Mangabeira - braço teórico do
PSB - com os princípios que devem nortear o eventual futuro programa de governo
da legenda.
O
nome de Barbosa ganhou força como candidato à Presidência após a mais recente
pesquisa Datafolha, na qual alcança entre 8 e 10 pontos porcentuais de intenção
de voto.
Na
reunião do PSB, o ex-ministro do STF frustrou os correligionários mais animados
ao não assumir a pré-candidatura. “Há dificuldades dos dois lados. O partido
tem sua história e eu tenho minhas dificuldades do lado pessoal. Não convenci a
mim mesmo que devo ser candidato.”
Ele,
porém, não escondeu a satisfação com o desempenho na pesquisa. “Olha, para quem
não frequenta ambientes públicos, órgãos públicos, não dá entrevista, leva uma
vida pacata, está muito bom, né?”.
As
resistências internas ao nome de Barbosa, concentradas nos governadores Márcio
França (São Paulo) e Ricardo Coutinho (Paraíba), são consideradas pontuais pela
direção da sigla.
A
avaliação é que a candidatura depende do ex-ministro. No longo processo de
negociação que culminou com a sua filiação, há cerca de duas semanas, Barbosa
ouviu e defendeu teses convergentes com o pensamento majoritário do PSB,
conforme dirigentes.
Nas
conversas com deputados, Barbosa defendeu programas de transferência de renda,
ampliação do acesso às universidades, manutenção do Bolsa Família e admitiu um
projeto de privatização que não chegue a setores estratégicos.
“A
posição que o Joaquim nos colocou sobre privatização é a mesma que a nossa: não
tem que ficar com o setor de portos, aeroportos e estradas”, disse o líder do
PSB na Câmara, Júlio Delgado (MG). Neste caso, estatais como Petrobras e
Eletrobrás ficariam fora do programa.
Outro
tema tratado nas conversas reservadas entre o ex-ministro do STF e o PSB foi a
reforma da Previdência. Quando integrava o Supremo, Barbosa votou pela
constitucionalidade da cobrança de contribuição previdenciária de servidores
aposentados, no primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.
Mais
recentemente, ele já se manifestou a favor de uma reforma do sistema de
aposentadorias, mas contra o projeto do governo de Michel Temer.
Com
informações portal O Povo Online
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