Nas
últimas semanas, mais de 15% dos deputados federais mudaram de partido, de olho
nas eleições de outubro. Impulsionada pelo fato de ter um integrante na
presidência da Câmara, a bancada do DEM foi a que mais cresceu durante o
período conhecido como janela partidária.
Ao
todo, 85 deputados aproveitaram o prazo para se filiar a outros partidos sem
correr o risco de perder seus mandatos, o que representa 16,5% dos 513
parlamentares da Casa em legendas diferentes das que iniciaram o ano de 2018.
Os
democratas receberam a adesão de 14 deputados e apenas duas baixas. Quinta
maior bancada da Câmara, o DEM está agora com 44 deputados, após ter iniciado a
legislatura com menos da metade desse número: em 2015, eram 21 parlamentares
filiados ao partido.
Depois
de passar por dificuldades nos últimos anos e ver o número de políticos eleitos
encolher, tanto no Congresso Nacional como em governos estaduais e municipais,
o DEM ganhou força com a eleição do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ),
que já lançou sua pré-candidatura à Presidência da República. Na opinião do
líder do partido, Rodrigo Garcia (SP), além da figura de Maia, a legenda contou
com outros fatores para ganhar musculatura.
“Eu
credito o crescimento à coerência do partido e à sua refundação no momento da
abertura da janela, trazendo o partido mais para o centro da política
brasileira. O Democratas é um partido coerente que, sempre que perdeu a
eleição, foi para a oposição. A resistência que tivemos nos anos do governo do
PT deu muita segurança para os parlamentares buscarem o DEM como uma
alternativa”, afirmou.
Segundo
ele, o “protagonismo” da legenda durante o processo de impeachment de Dilma
Rousseff foi outro fator que contou positivamente para atrair os deputados,
além da destituição de cargos partidários nos estados, abrindo a possibilidade
para os novos membros assumirem as funções.
Já
os arranjos locais para o pleito de outubro foram a principal razão apontada
pelo vice-líder do MDB, Hildo Rocha (MA), para a maior perda de integrantes ocorrida
durante a janela. Embora tenha recebido oito parlamentares, a legenda perdeu o
posto de maior bancada da Casa após ver 15 integrantes se desfiliarem.
“Se
você comparar [a bancada] de 2014 com a bancada que existe hoje, realmente
houve uma perda muito grande. Mas, em compensação, nós conseguimos deixar os
melhores deputados, os que tiveram melhor desempenho durante o mandato. As
mudanças foram mais questões locais, regionais. Nenhum parlamentar do MDB saiu
por uma questão nacional”, destacou, referindo-se aos 65 deputados que a sigla
elegeu em 2014 e aos 53 atuais.
Ao
lado do PP, o nanico PSL foi o que recebeu o segundo maior número de filiações
durante o período: oito parlamentares migraram para a legenda, estimulados pela
filiação do pré-candidato à Presidência pelo partido, o deputado Jair Bolsonaro
(RJ). A sigla agora tem oito integrantes, após a saída de dois.
O
PSDB, quarta maior bancada da Câmara, com 47 deputados, perdeu três e recebeu a
filiação de dois. Já o PR, que está em sexto lugar em número de integrantes,
com 41 deputados, perdeu sete e ganhou cinco parlamentares.
Do
lado da oposição, o PSB deixou de ter dez parlamentares, e dois se filiaram à
sigla. Segundo Júlio Delgado (MG), líder da legenda na Casa, apesar do
crescimento de alguns partidos aliados ao presidente Michel Temer, os projetos
mais complexos de interesse do governo encontrarão mais dificuldades de receber
apoio a partir de agora.
“Essas
pautas econômicas complicadas, como a autonomia do Banco Central, vão sendo
cada vez mais complicadas e não encontrarão respaldo para serem aprovadas com
facilidade”, afirmou.
Com
a diminuição da quantidade de deputados emedebistas, a maior bancada da Casa
agora, com exceção dos blocos partidários, é o PT, com 60 integrantes. O
partido teve uma alteração mínima no seu quadro, já que perdeu dois integrantes,
mas filiou um novo parlamentar: Celso Pansera, que antes era do PMDB e estava
sem partido.
O
período que permite a mudança de deputados federais, estaduais e distritais,
denominado janela partidária, começou no dia 8 de março e se encerrou no dia 6
de abril. O prazo não inclui vereadores, porque não haverá eleições este ano na
esfera municipal.
Como
comunicação sobre o troca-troca é feita diretamente à Justiça Eleitoral, e não
há prazo para que essas informações sejam enviadas à Câmara, o número de 90
mudanças feitas por 85 deputados ainda pode aumentar. Já os parlamentares que
deixaram ministérios do governo ou cargos nas secretarias estaduais, visando a
uma candidatura nas próximas eleições, têm 15 dias para retornar à Casa após
serem exonerados.
Com
informações Correio Brasiliense
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.