Manifestação a favor de Lula percorreu ruas do Centro de Fortaleza na tarde de ontem (Foto: Fabio Lima) |
Antes
dos primeiros votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF),
manifestantes favoráveis e contrários à concessão do habeas corpus ao
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ocupavam as ruas pelo País na
tarde de ontem. Os atos foram registrados em 11 capitais brasileiras e expunham
a expectativa em torno do julgamento e acirramento político que devem se manter
após a decisão da Corte.
Em
Fortaleza, não havia atos contrários a Lula programados. Já os manifestantes a
favor do ex-presidente se concentraram na Praça da Bandeira (Clóvis Beviláqua),
no Centro. O presidente estadual do PT, Francisco de Assis Diniz, considerou
que a provável prisão de Lula poderá ampliar a divisão política da sociedade e
provocar reações. “Não podemos imaginar que um presidente que tem o peso
eleitoral como Lula seja encarcerado e o País fique quieto, calado. Isso jamais
acontecerá”, argumentou.
“Este
País será convulsionado, porque nós não vamos permitir que se leia a
Constituição para a esquerda, em especial ao PT, e essa mesma Constituição não
seja lida em casos mais escabrosos como o do Aécio Neves”, declarou o
dirigente.
Os
manifestantes seguiram em caminhada até a praça Murilo Borges, em frente à sede
da Justiça Federal no Ceará. A movimentação provocou surpresa nos
frequentadores das ruas do Centro. O clima de divisão ficou evidenciado pelo
comportamento dos curiosos.
Contrária
à prisão de Lula, a operadora de caixa Elenice Gomes, 29, saía do trabalho
quando se deparou com o ato. “Se ele for para a cadeia, tem de levar todos os
outros”, posicionou-se. Mesmo tendo que esperar mais para voltar para casa, por
causa do ato, ela aprovou o movimento. “É importante porque é através disso que
a gente se expressa”, considerou.
Durante
a passagem pela avenida Duque de Caxias, um motorista de ônibus ameaçou furar o
bloqueio dos manifestantes. Houve reação contra a tentativa do condutor em
furar o bloqueio, assim como contra a passagem do cortejo.
O
engenheiro Antônio da Silveira, 63, acompanhou com indignação o protesto.
“Defender o Lula é defender tudo o que ele fez de errado. O povo, infelizmente,
está na ilusão”, disse.
Ainda
durante a concentração, o pré-candidato à Presidência da República pelo Psol,
Guilherme Boulos, que está em Fortaleza desde ontem, criticou o processo de
condenação a que Lula é submetido. Para ele, as decisões são políticas.
O
líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) disse que, ontem, o
Supremo estava entre fazer cumprir a Constituição e “ceder à chantagem” do
general Eduardo Villas Bôas. O militar publicou, às vésperas do julgamento do
ex-presidente, que o Exército “repudia a impunidade” e está “atento às suas
missões institucionais”.
“O
general tomou uma atitude irresponsável, chantageando o Supremo e insinuando
qualquer tipo de intervenção. O Brasil não vai aceitar voltar a 64”, disse
Boulos.
Em
Brasília, onde ocorreu o maior ato registrado no País, manifestantes pró e
contra Lula foram separados por um cordão da Polícia Militar montado na
Esplanada dos Ministérios. No lado contrário à concessão do habeas corpus,
houve espaço para cartazes e faixas em apoio à intervenção dos militares no
País.
Atos
pró-Lula aconteceram ainda em Porto Alegre, Florianópolis, Belo Horizonte,
Aracaju, Recife, Manaus, Salvador, Maceió e Teresina.
Com
informações portal O Povo Online
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