17 de abril de 2018

Ceará alcança maior aporte de água dos últimos sete anos


As chuvas registradas em 2018 garantiram aos açudes cearenses aporte de 1,5 bilhão m³, o maior desde 2011. 

Naquele ano, o ganho de água foi expressivo: 7,84 bilhões m³. Até ontem, o volume dos reservatórios era de 2,47 bilhões m³, o que representa 13,27% da capacidade de armazenamento. Segundo a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), dos 155 açudes do Estado, 23 estão com volume acima de 90%, sendo que 17 sangraram, e 93 estão com volume abaixo de 30%. Outros 39 reservatórios estão acima de 30% e abaixo de 90%.

“É uma pequena melhora, mas importante neste momento. Temos situações muito diferenciadas. As bacias mais ao norte do Estado e no litoral, podemos dizer que estão com situações mais confortáveis. A bacia do Acaraú vem tendo uma boa recuperação, a melhor continua sendo a do Castanhão”, contextualiza o presidente da Cogerh, João Lúcio Farias.

Ele explica que algumas bacias encontram-se em situações preocupantes, como a Metropolitana, que está com 18,32% da capacidade. Nessas áreas, medidas de controle e uso racional de água ainda se fazem necessárias.

“Precisamos ter uma gestão de controle, tarifa de contingência, buscar novas fontes alternativas de água, aproveitamento de águas subterrâneas, estamos caminhando com o projeto de dessalinização de água do mar para abastecimento humano”, esclarece Farias.

Conforme a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), foram anotados 161,1 milímetros (mm), em média, nos primeiros 16 dias de abril. Esse valor é 14,3% menor que o esperado (188 mm) para o mês.

O meteorologista da Fundação, Raul Fritz, explica que há chances da média histórica ser ultrapassada, caso a incidência de chuvas permaneça na segunda quinzena do mês. 

Entre a manhã de domingo, 14, e a manhã de ontem, a Funceme registrou precipitações em 100 municípios. As maiores aconteceram, respectivamente, em Granja (96 mm), Fortaleza (90,8 mm) e Paracuru (86,2 mm). Segundo Fritz, as regiões mais favorecidas são a jaguaribana e do Cariri, que estão levemente acima da média, seguidas da região da Ibiapaba e do litoral norte, que estão um pouco abaixo da média. A influência se deve à zona de convergência intertropical. 

“É o principal sistema da quadra chuvosa que provoca chuvas. A zona é uma área em que os ventos alísios, que vêm dos dois hemisférios terrestres, norte e sul, se encontram. Essa área de encontro representa as condições iniciais para o desenvolvimento desse sistema meteorológico. Quando esses ventos se encontram e carregam umidade para cima da atmosfera, transformam-se em nuvens de chuva”, resume.

As precipitações vieram acompanhadas de raios e trovões. Por meio do Sistema de Monitoramento de Descargas Atmosféricas, a Enel Distribuição Ceará registrou 20.647 raios neste ano em todo o Estado. Destes, 4.253 foram registrados somente em abril. 

O município com maior incidência foi Santa Quitéria (1040), seguido de Granja (1004), Crateús (646), Tamboril (529) e Tauá (495). Em 2017, a Enel contabilizou 72.843 descargas atmosféricas no Ceará.

Com informações portal O Povo Online

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