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13 de abril de 2018

"A nossa mobilização vai alterar a pena do Lula?", questiona Ciro

Na expectativa de uma aproximação com o PT de Lula para a disputa presidencial em outubro deste ano, o pré-candidato Ciro Gomes (PDT) criticou as movimentações de resistência à prisão do ex-presidente Lula, como é o caso do acampamento organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Curitiba.

Ciro, que deu palestra sobre a conjuntura nacional, ontem, na Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza (CDL), argumentou que o conjunto de manifestações de militantes do PT e dos demais partidos de esquerda no País vai “prejudicar o ex-presidente” porque se cria um ambiente “hostil” na classe jurídica e que por isso não deve participar dos atos.

“A nossa mobilização vai alterar a pena do Lula? Lamento, não vai alterar. O que precisamos fazer é formular uma nova proposta de desenvolvimento nacional”, disse o ex-ministro.

Para Ciro, “esses movimentos têm prejudicado o Lula, inclusive. A Justiça impõe ao conjunto da sociedade a sua majestade. Se você começa contestá-la em eventos públicos com frases agressivas, você cria um ambiente hostil aos seus próprios interesses”.

Em discurso realizado ontem, no ato político do acampamento de militantes em defesa da liberdade de Lula, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann, criticou duramente a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que, a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), enviou para a Justiça Eleitoral de São Paulo o inquérito que investiga o ex-governador paulista e pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin.

“Teve um caso que mostra a seletividade da Justiça: Alckmin foi acusado de receber R$ 10 milhões de propina da Odebrecht. O STJ falou que era caixa 2 e devolveu para a Justiça Eleitoral. O tratamento é feito com dois pesos e duas medidas”, apontou.

Desde o anúncio da prisão do ex-presidente Lula, o partido dos Trabalhadores e setores da esquerda se organizaram em eventos públicos com fortes críticas ao Judiciário.

Sob o argumento de que há perseguição ao ex-presidente, lideranças utilizam as redes sociais e os microfones da Câmara dos Deputados e Senado Federal para confrontar o setor judiciário, com foco no juiz Sergio Moro, que condenou Lula na primeira instância por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Sobre a possibilidade de o PT abraçar a candidatura do PDT em outubro, com a impossibilidade de o ex-presidente concorrer, Ciro foi cauteloso e pediu tempo para o PT. Segundo ele, “é hora de ter paciência” e dar tempo para o partido “se organizar”, e que não há como fazer previsão de forma imediata do “efeito eleitoral” que causa a prisão do líder nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República.

Ciro disse ainda que chegou a passar mal quando soube da notícia da prisão do ex-presidente. “Tenho dor no coração, passei mal quando soube. É um velho camarada de 30 anos”.

Com informações portal O Povo Online

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