“A
morte de Marielle fez a vida.” A frase é de Cláudia Leitão, ex-titular da
Secretaria da Cultura do Estado. Pesquisadora e diretora do Observatório de
Fortaleza, ela tinha recebido com pasmo a notícia de que a amiga fora
assassinada. Poucos dias antes, havia participado do lançamento do livro O
golpe na perspectiva de Gênero em Salvador, na Bahia.
A
obra, uma coletânea de artigos, inclui um time de 15 mulheres. Elas escrevem
sobre a participação feminina na política. Aos 38 anos e parlamentar de
primeiro mandato (a quinta mais votada no Rio), Marielle Franco era uma delas.
A
fala de Cláudia condensa um sentimento. O de que há um antes e um depois do
assassinato da vereadora carioca, morta na última quarta-feira. “Esse movimento
que a Marielle está ativando, essa potência dela, vai no caminho contrário do
esquecimento”, avalia a também professora.
Naquela
quarta, pouco depois das 21h30min, o nome da parlamentar deixou de pertencer
apenas ao Rio de Janeiro. Da tragédia numa cidade às vésperas de completar um
mês sob intervenção federal, Marielle difundiu-se via redes sociais. Tornou-se
assunto coletivo. Ultrapassou fronteiras, despertando atenção da imprensa e órgãos
internacionais.
O
Brasil foi interpelado publicamente. Símbolo de resistência à ditadura militar,
a Cinelândia voltou a encher-se. Multidões prantearam a ativista. Nas praças,
cartazes fixavam a mensagem para além do desaparecimento súbito: “Marielle presente”.
Diziam da falta, mas também da força.
Filósofa
e pesquisadora, Olga Paiva enxerga um aspecto positivo na barbárie que arrastou
a vida de Marielle. “A repercussão que está tendo essa violência é muito
positiva no sentido de sensibilizar as pessoas”, disse. Para ela, o Brasil
precisa ir agora da “sensibilização que comove e partir para uma atitude”.
O
portal O POVO traz hoje quatro análises sobre o impacto da morte de Marielle e
sua repercussão na vida de um país sob grave crise de segurança.
Além
de Olga e Cláudia, refletem sobre a tragédia o defensor-geral Carlos Eduardo
Paz e o ex-subsecretário de Direitos Humanos da Presidência Mario Mamede. Comum
a todos, a certeza de que a morte de Marielle precisa ser um ponto de virada.
Com
informações portal O Povo Online
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