Servidores
dos Correios entraram em greve por tempo indeterminado hoje (12/03).
De acordo com a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e
Telégrafos e Similares (Fentect), os trabalhadores são contra mudanças no plano
de saúde da empresa, que preveem o pagamento das mensalidades pelos
funcionários e a retirada de dependentes dos contratos.
“Além
disso, o benefício poderá ser reajustado conforme a idade, chegando a
mensalidades acima de R$ 900", informou a Fentect, em nota, ressaltando
que o salário médio dos trabalhadores dos Correios é de R$ 1,6 mil, “o pior
salário entre empresas públicas e estatais”.
O
início da greve coincide com o julgamento sobre o plano de saúde dos
trabalhadores no Tribunal Superior do Trabalho (TST), também marcado para
amanhã, referente à última negociação salarial.
Segundo
a Fentect, a mobilização nacional da categoria foi aprovada em assembleias dos
sindicatos. Entre outras reivindicações, os trabalhadores são contra as
alterações no Plano de Cargos, Carreiras e Salários; a terceirização na área de
tratamento; a privatização da estatal; a suspensão das férias dos
trabalhadores; a extinção do diferencial de mercado e a redução do salário da
área administrativa.
Além
disso, entre as demandas da categoria estão a contratação de novos funcionários
por meio de concurso público, a segurança nos Correios e o fim dos planos de
demissão.
A
federação também é contra a extinção e terceirização do cargo de operador de
triagem e transbordo, “importante para o movimento do fluxo postal interno”.
“Para piorar a situação, a empresa também anunciou o fechamento de mais de
2.500 agências próprias, por todo o Brasil”, diz a nota da Fentect.
Para
a categoria, o “desmonte” promovido pela gestão dos Correios tende a prejudicar
ainda mais os serviços à população. “A Fentect esclarece que alguns argumentos
repassados transmitem uma visão enganosa da realidade na estatal. Por exemplo,
quanto ao monopólio dos Correios, que, hoje, corresponde apenas a cartas,
malote e telegrama. O segmento de encomendas, como o Sedex, entretanto, sempre
foi concorrencial”, informou.
Quanto
ao reajuste dos preços dos serviços da estatal, a federação discorda de
aumentos abusivos nos valores. “Já em relação ao argumento da ECT para esse
reajuste, a respeito da segurança dos trabalhadores, a Fentect esclarece que
não há nenhum benefício pago ao trabalhador por esse motivo, bem como nenhum
adicional”.
No
dia 6 deste mês, os Correios começaram a cobrar uma taxa extra de R$ 3 para
encomendas com destino ao Rio de Janeiro. O motivo seria a elevação dos custos
da entrega por causa da violência no município. No dia 9, entretanto, após
decisão da Justiça Federal, a estatal suspendeu a cobrança.
Para
a Fentect, a empresa não onera o governo federal ou o bolso do cidadão com
arrecadação de impostos. “Ao contrário, é o governo quem tem retirado verbas da
empresa, sem retorno, nos últimos anos, como da ordem de R$ 6 bilhões”,
informou. “Com todos os erros e ingerências políticas na administração dos Correios,
a direção da estatal promove essas e outras retiradas de direitos dos próprios
trabalhadores, responsabilizando-os pelos danos da ECT.”
Oficialmente,
a greve da categoria começa ontem (11/03) a partir das 22h, para que os
funcionários que trabalham no turno da noite já possam aderir ao movimento.
Com
informações portal O Povo Online
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