A preocupação do PT é que caciques do MDB cancelem alianças (Foto: Ricardo Stuckert) |
O
Partido dos Trabalhadores tem intensificado articulação pelos estados do
Nordeste, a fim de evitar debandada de aliados, caso o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva não possa ser candidato ao Planalto. No centro das
atenções, estão os emedebistas. Um dos caciques do MDB que Lula já procurou foi
o presidente do Senado, o cearense Eunício Oliveira. Eunício e Lula têm
encontro marcado para o início de março.
O
Nordeste é um dos principais redutos eleitorais do petista. Em agosto de 2017,
Lula percorreu a região, onde defendeu o legado do partido e começou a costurar
alianças para as eleições. À época, Lula já tinha sido condenado pelo juiz
Sérgio Moro. Em janeiro, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) confirmou
a condenação, decisão que colocou incerteza na candidatura de Lula, que passa a
depender de decisões judiciais.
Preocupação
do PT é que caciques do MDB cancelem alianças, caso apresente outro nome para a
disputa presidencial. Candidato à reeleição no Senado, Eunício negocia aliança
com o governador do Ceará, Camilo Santana (PT), que também tentará se reeleger,
e já declarou publicamente que seu candidato à Presidência seria Lula. Contudo,
segundo interlocutores, caso o petista não seja o candidato, Eunício pode
migrar para outro palanque presidencial.
Lula
também tem conversado com o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que tentará
reeleição. Renan defendeu publicamente o ex-presidente após o julgamento, mas
reiterou a aliados que sua aliança não se estende a um substituto.
Outras
siglas também ameaçam não se aliar ao PT no Nordeste, se Lula não for
candidato. Na Bahia, maior colégio eleitoral da região, há movimento de parte
do PP para desfazer aliança com o governador petista Rui Costa, que disputará a
reeleição. O objetivo do PP, que tem o vice-governador, João Leão, seria aderir
à campanha a governador do atual prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM).
O
deputado Afonso Florence (PT-BA) minimiza e diz que mesmo uma eventual prisão
de Lula não alteraria o cenário no Estado. “Acho que até na hipotética, eu
diria improvável, prisão de Lula, ele cresce. No caso da Bahia, considerando
que tem um governo estadual, não vejo nenhum impacto direto. O que pode pesar é
a pressão dos partidos nacionais, mas acho improvável”, afirmou.
Além
de Ceará e Bahia, o PT pretende ter candidato próprio ao governo em pelo menos
outros dois Estados do Nordeste: Piauí e Rio Grande do Norte. No Piauí, o
governador Wellington Dias tentará reeleição.
Em
Pernambuco, a situação está indefinida. Antes da condenação, Lula incentivava
integrantes do partido a apoiar a candidatura do senador Armando Monteiro
(PTB). Sem o ex-presidente, Monteiro intensificou negociações com DEM, MDB e
PSDB, adversários do PT no Estado.
Com
informações portal O Povo Online
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