Com
pouco mais de cinco meses até a definição de quem disputará eleições neste ano,
bloco de oposição no Ceará continua “no limbo” sem fechar chapa para concorrer
ao Governo do Estado. Mesmo passado o Carnaval, bloco do PSDB, PSD, PR e SD
segue com agenda parada que mantém Camilo Santana (PT) como um dos únicos nomes
já confirmados para a disputa.
Até
agora, todos os principais pré-candidatos da oposição são políticos que têm
rejeitado participar na disputa. Principal nome em pesquisas internas, o
senador Tasso Jereissati (PSDB) tem negado entrar no páreo e prega “renovação
política”.
Outro nome com maior densidade eleitoral, Capitão Wagner (Pros) já
lançou pré-candidatura a outro cargo, de deputado federal.
Deputado
que se classifica como de oposição “independente” ao bloco, Heitor Férrer (PSB)
avalia que a paralisia ainda segue efeitos da reaproximação entre Eunício
Oliveira (MDB) e a base do Governo. “A saída do Eunício e do MDB foi um golpe
muito grande, a oposição desmoronou. Então é claro que quem sobrou vai ter
muita dificuldade”, diz.
“Disputar
contra um governo desse jeito, com quase 130 prefeitos do lado de lá, sem falar
os que devem somar até o pleito, precisaria de uma estrutura muito grande. E a
não existência de um nome até agora certamente fragiliza a situação dos
prefeitos de Interior na oposição. O Tasso seria um nome para balançar as bases
do Governo, mas tem sinalizado que não entra”, avalia Férrer.
Ex-conselheiro
do extinto Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), Domingos Filho afirma que o
bloco deverá retomar negociações a partir desta quinta-feira. Ele destaca que
Tasso “ficou de marcar” uma reunião e convocar os demais partidos.
Interlocutores do PSDB, no entanto, não confirmam nenhum compromisso do senador
sobre eleições estaduais nos próximos dias.
Questionados
pelo O POVO nos últimos meses, líderes do bloco sempre respondiam que se
reuniriam “em breve” para discutir chapa. Os encontros, no entanto, nunca
avançaram até o ponto de definição de nomes.
Nos
bastidores, a principal aposta da oposição é na pressão que o PSDB Nacional vem
fazendo pela construção de um palanque no Estado para a candidatura de Geraldo
Alckmin (SP) à Presidência da República. Para alguns, o cenário pode chegar até
a “forçar” uma candidatura de Tasso ao Governo.
Domingos
Filho minimiza a questão: “Acho que não existe candidatura definida em canto
nenhum. Por ser uma eleição nacional, somente depois do cenário para presidente
estar mais claro é que as decisões nos estados vão se resolvendo”, diz.
“Mesmo
assim, correndo sozinho na raia, e com Tasso e Capitão [Wagner] dizendo no
público que não vão disputar, Camilo somente se apresenta com 44% nas pesquisas
estimuladas, apenas 10 pontos na frente do Tasso e 12 pontos do Capitão”,
avalia Domingos.
Ele
lembra que, no mesmo período da disputa em 2010, o ex-governador Cid Gomes
(PDT) já possuía 65% das intenções de voto em pesquisas.
Com
informações portal O Povo Online
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