Comitiva de Altaneira com o secretário de Educação no Centro de Eventos por ocasião da solenidade do Premio Escola Nota 10 (Foto: João Alves) |
Um questionamento de uma leitora do BA sobre a postura de
alguns professores da Rede Municipal de Ensino de Altaneira gerou grande debate
na rede social Facebook ao longo do dia de ontem (02/02). A indagação era simples:
“quais os motivos das professoras municipais matricularem seus filhos em escolas
de outros municípios, se Altaneira tem escola Nota 10”.
A ex-secretária municipal de Educação, professora Tereza
Leite, foi a primeira a responder, mas com outro questionamento: “É aquele
velho ditado: ‘faça o que eu mando e não faça o que eu faço’. Será que
funciona?”
Já
a comerciante Nágela Pereira foi categórica: “Acho que essas professoras não se
garantem, seria bom ter uma lei para filho de políticos e professores serem
matriculados na cidade em que eles exercem seus cargos”.
A
professora Yonara Soares foi a primeira a admitir que matriculou seu filho em
escola particular, disse que se garantia no que fazia e considerava um absurdo
não poder escolher onde seu filho vai estudar por ser professora do município.
O
vereador Professor Adeilton também admitiu que seu filho está matriculado em
uma escola particular e que a decisão foi adotada após receber “diversas
denúncias de pais de alunos que durante a aplicação das provas que avaliam e distribuem
o prêmio Escola Nota Dez os aplicadores estavam ensinando os alunos a fazerem a
prova”.
Adeilton
diz ainda que houve comprovação do fato nas aplicações de 2016 e que “tamanha
armação, se é assim q podemos chamar, a coordenadora da aplicação que
representava a crede teve que enfrentar todos e todas que queriam burlar o
processo”. Disse ainda que muitas crianças reclamaram que existiam pessoas
ensinando.
“Acredito
que se trata de um péssimo exemplo, não há como confiar numa educação que prega
algo e faz o contrário. Não existe desconfiança no trabalho dos professores que
estão em sala de aula, mas infelizmente existe uma maquiagem promovida por
alguns que fazem com que esses resultados não representam a realidade”.
Como
prova do alegado o professor cita que “em 2015 tínhamos escolas nota dez e
depois da fiscalização correta nosso resultado amarga 86° posição”.
Adeilton
confessou ainda que não foi uma decisão fácil, todo anos ouvia reclamações
nesse sentido e “após o que ocorreu em 2016, foi a gota d'água para tomarmos
essa posição”.
A
ex-gerente do PAIC, professora Micirlandia Soares, responsável pelo programa de
avaliação no Município rebateu a críticas dizendo que o trabalho realizado era reconhecido
em toda CREDE e municípios que fazem parte. Disse que se sentia honrada do
trabalho ser reconhecido e até copiado por outros municípios.
“Acredito
que o professor que ler essa postagem irá concordar comigo. São duzentos dias
de um trabalho realizado com compromisso e responsabilidade para quererem jogar
lama nele”.
A
professora disse que tem ciência que as avaliações de fato não mede a
capacidade de ninguém tudo depende do dia como a criança está, sem falar que o
aplicador é muito importante pois esse deve ser preparado e bem preparado para
o momento.
“Não
entendo um professor falar mal de uma Educação da qual o seu filho foi
trabalhado todas as habilidades necessárias e devidamente alfabetizado no tempo
certo”.
Mais
uma vez o vereador Adeilton comentou alegando que as gestões cometem erros
grotescos por sempre dar mais ouvidos a quem defende uma portaria e tentar
calar a voz de quem se opõe. “Tento levar isso por onde passo e tenho a
oportunidade de ser ouvido, vejo que em minha terra a cada dia o interesse
maior é sempre de ouvir quem concorda, quem se coloca disposto a contribuir sem
questionar. Isso é perigoso e muito mais quando se trata de educação”, disse.
Outra
ex-coordenadora, a professora Arlina Alves, sustentou que a educação de
Altaneira sempre foi referência, pois realizam um trabalho sistematizado
durante o ano letivo. “Partindo desta compreensão contribuímos com o fazer
pedagógico dos professores, bem como, favorecemos a aprendizagem dos alunos”,
escreveu.
Outra
coordenadora destituída no final do ano passado, Elizier Caldas, disse que
referencia o trabalho da Educação do município como responsabilidade de um
conjunto: secretaria, gestores, professores, alunos e pais. Disse que trabalham os 200 dias, pensando de
maneira ética e projetada para superar desafios e ampliar conhecimentos dos
nossos alunos.
“Somos preocupados. Temos professores comprometidos que fazem da sala de aula o palco de suas ações. Fazemos o melhor... Diagnosticamos, tabulamos e redirecionamos o trabalho dentro de uma proposta de Ação- reflexão-ação”, por fim diz que acreditamos na “Força do professor”.
“Somos preocupados. Temos professores comprometidos que fazem da sala de aula o palco de suas ações. Fazemos o melhor... Diagnosticamos, tabulamos e redirecionamos o trabalho dentro de uma proposta de Ação- reflexão-ação”, por fim diz que acreditamos na “Força do professor”.
Adeilton
disse que não questiono a qualidade dos profissionais, “ainda fico encantado
com a força e que os professores têm no seu dia-a-dia, mesmo diante de grandes desvalorizações.
Nunca os culpei pelo ocorrido. Mas a decepção pelo ocorrido foi muito forte”,
mas que o número de matrículas fora aumentou e essa situação deve ser
enfrentada pela secretaria.
A
secretária municipal Leocadia Rodrigues Soares afirmou que não poderia
interferir nesta decisão dos pais, em relação as matriculas, mas que “posso
hoje ou amanhã trabalhar para oferecer um escola boa para meus filhos e para o
filho dos altaneirenses que desejarem”.
O
ex-secretário municipal de Educação, Dhony Nergino, também reforçou o direito
de escolha dos pais, mas questionado sobre a matrícula como impulso no recurso
do Fundo de Manutenção, admitiu a contradição, e afirmou que na atual situação matricularia
meu filho nas escolas da rede municipal sem pensar duas vezes.
O
professor Dhony Nergino lembrou que Altaneira foi chamada na frente de 184
municípios como destaque e isso é o motivo de orgulho para nós e não ficar
aplaudindo frente ao resultado de 2016.
O
ex-secretário usa também o espaço para criticar o vereador Adeilton. “Antes de
criticar o resultado de 2016 ainda hoje eu e todos os Professores de Altaneira
estamos esperando sentados para não cansar, que algum Vereador da oposição nos
parabenizar pelo resultado de 2015. Sempre respeitei muito o Legislativo,
sempre visitei a casa do povo para conversar com os vereadores de situação e
oposição olho no olho, respondendo tudo que eles queriam perguntar. Mas nunca
recebi do professor vereador uma carta ou recado ou uma pomba mensageira com os
parabéns pelo resultado de 2015”
Dhony
Nergino diz ainda que em 2016 foram prejudicados no dia da aplicação, fizeram
crianças chorar, professoras não se sentiram bem porque foram humilhadas, e
pede a união em busca do melhor para o povo, para que se esqueça o lado
político e buscar as melhorias.
“Vamos
ficar felizes quando Altaneira for destaque positivo e quando for negativo
vamos nos unir em prol de um bem comum. Parar de colocar os interesses pessoais/políticos
acima dos interesses do nosso povo. Tenho muito orgulho deste torrão que me
acolheu, tenho orgulho por demais de todos os Profissionais da nossa Educação e
valorizo sempre cada um porque confio, acredito e respeito o trabalho de todos”.
Vários
outros professores comentaram a postagem, alguns alunos também se manifestaram,
mas o ex-secretário municipal de Educação, Deza Soares, nada disse sobre o
questionamento, já o vereador Professor Adeilton rebateu todas os comentários postados e parabenizou professores e estudantes pelo debate.
“O mais gratificante é receber no privado diversos apoios e comentários de professores e ex-alunos demonstrando suas insatisfações que por diversos motivos temem entrar no debate público. Só garanto, não estamos sozinhos na nossa posição”, finalizou o professor Adeilton.
“O mais gratificante é receber no privado diversos apoios e comentários de professores e ex-alunos demonstrando suas insatisfações que por diversos motivos temem entrar no debate público. Só garanto, não estamos sozinhos na nossa posição”, finalizou o professor Adeilton.
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