Seguindo
a máxima brasileira de só começar o ano após o Carnaval, o Congresso Nacional
aguarda o fim da folia para iniciar discussão e votação de longa e polêmica
agenda. Os principais temas que vão pautar a Câmara dos Deputados e o Senado
são a controversa reforma da Previdência e a regulamentação do auxílio-moradia
dos Três Poderes, além de matérias sobre segurança pública.
A
semana seguinte ao período carnavalesco promete ser ainda mais movimentada.
Isso porque a principal aposta do presidente da República Michel Temer (MDB),
as mudanças na aposentadoria, está prevista para ir ao Plenário da Câmara entre
os dias 19 e 21 de fevereiro, apesar da da insegurança sobre resultado da
votação.
Enquanto
aliados do governo, como vice-presidente da Casa Fábio Ramalho (MDB-MG)
declaram que acham a aprovação “muito difícil”, o Planalto avalia que o
adiamento só enfraqueceria ainda mais a mobilização por votos. O deputado
federal Raimundo Gomes de Matos (PSDB) avalia que a votação logo em fevereiro
também é importante para “desobstruir a pauta” e garantir a votação de outros
temas importantes.
Do
outro lado, a oposição prepara forte resistência, sobretudo nas ruas, com greve
geral marcada para o dia 19, segunda-feira. O objetivo é adiar a matéria. “A
oposição está se preparando para aumentar o tom contra a reforma da Previdência
até eles retirarem a matéria da pauta”, afirma o líder da minoria na Câmara, o
deputado federal José Guimarães (PT). A reivindicação de movimentos sindicais é
de que a votação fique apenas para 2019, o que o cientista político Filomeno de
Moraes, professor da Unifor, acredita que “é não só possível como parece
provável”, levando em conta a rejeição popular e as eleições.
“Não
vejo o Congresso Nacional deliberando neste ano eleitoral sobre matérias
capazes de provocar grandes dissensos ou grandes controvérsias”, avalia.
“Evidentemente, alguns discursos candentes poderão ocorrer, mas a dinâmica do
ano eleitoral será pautada, isto sim, pela busca de reeleição da totalidade da
Câmara e de dois terços do Senado Federal, ou na busca de eleição para cargos
nos Executivos estaduais”, conclui o cientista.
A
análise de Filomeno inclui a regulamentação do auxílio-moradia, prevista para
entrar em pauta na Câmara em março, segundo o presidente da Casa, Rodrigo Maia
(DEM-RJ). A matéria deverá sofrer pressão principalmente de membros do
Judiciário, que têm afirmado que o valor de R$ 4,3 mil pago indiscriminadamente
a todos os magistrados, procuradores e promotores seria uma espécie de
“compensação” pela falta de reajuste da categoria.
Se
a fuga de pautas polêmicas e impopulares já é de praxe em anos eleitorais,
outra tendência é a utilização demasiada de assuntos que interessam à população
e são facilmente convertidos em cifras eleitorais. É o caso da segurança, tema
que tem marcado o debate público desde o início do ano, com a elevação de casos
de violência no País, sobretudo no Rio de Janeiro e no Ceará.
Sendo
estes, coincidentemente, os estados dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia, e
do Senado, Eunício Oliveira (MDB), a tendência é de que o assunto seja
predominante na pauta das duas casas. O senador cearense já afirmou que será
prioridade.
“Os
nove itens que anunciamos na abertura dos trabalhos do Congresso, se Deus
quiser, vou entregá-los, não apenas na fala, mas na prática, na aprovação e no
encaminhamento à Câmara dos Deputados”, afirmou. Entre as pautas citadas,
destaca-se projeto de lei que torna obrigatório o bloqueio de sinal dos
celulares em presídios, que já foi aprovado no Senado e deve chegar à Câmara na
próxima semana.
Pautas
com o foco na recuperação econômica do País também terão destaque na agenda.
Segundo Filomeno, a prioridade do governo deveria ser “uma pauta microeconômica
mais palatável”.
As
eleições não influenciam somente no teor das discussões do Congresso. O pleito
gera uma espécie de “encurtamento do período legislativo”. Na volta do
tradicional recesso de julho, os deputados e senadores deverão focar seus
discursos e atuações em temas que contribuam para sua reeleição, diminuindo as
chances de aprovação de matérias importantes e aumentando o esvaziamento dos
plenários.
Embora
o período das convenções partidárias — quando os candidatos são oficialmente
escolhidos pelos partidos —só seja de 20 de julho até 5 de agosto, logo após o
carnaval as siglas devem voltar a se reunir para fechar os últimos detalhes da
disputa. Isto é: a composição da chapa e as alianças. Será quando os nomes que
ainda não confirmam pré-candidatura devem ser confirmados, a nível nacional e
local.
No Ceará, sobretudo as articulações da oposição, que ainda não tem um nome para disputar o Governo do Estado, devem ganhar ritmo.Segundo Gomes de Matos, será feita uma análise da pesquisa quantitativa e qualitativa encomendada pelo senador Tasso Jereissati (PSDB) e uma nova reunião deverá ser marcada até o dia 10 de março para fechar questão.
No Ceará, sobretudo as articulações da oposição, que ainda não tem um nome para disputar o Governo do Estado, devem ganhar ritmo.Segundo Gomes de Matos, será feita uma análise da pesquisa quantitativa e qualitativa encomendada pelo senador Tasso Jereissati (PSDB) e uma nova reunião deverá ser marcada até o dia 10 de março para fechar questão.
Do
lado do governador Camilo Santana (PT), ainda falta a definição do restante da chapa. De acordo com Guimarães, o
PT deverá deliberar sobre a questão somente em maio, mas a sigla já declara que
não abrirá mão de vaga para concorrer ao Senado. A disputa começa após a folia.
Com
informações portal O Povo Online
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