Entre
críticas e elogios ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o
pré-candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) disse que não irá
buscar apoio do petista. Ciro não esconde que, após anos de aliança com o PT,
gostaria de ter o apoio do partido em sua terceira candidatura ao Planalto.
Ele
reafirmou seu apoio à reeleição de governadores petistas, sobretudo ao cearense
Camilo Santana, Rui Costa, da Bahia, e Wellington Dias, do Piauí. Em coletiva,
ele listou alguns dos momentos em que apoiou o PT, como no impeachment de Dilma
Rousseff.
“O único Estado brasileiro, e eu tenho uma certa influência sobre
isso, que deu dois terços contra o impeachment foi o Ceará. Eu só presto para
isso?”, questionou.
O
pedetista também afirmou que tem preferência em se aliar com legendas da
esquerda e irá buscar apoio do PSB, ao qual foi filiado, e do PCdoB, historicamente
aliado do PT. Para ele, a estrutura ideológica do PT dificulta as chances de
uma aliança nacional PT-PDT. “Não descarto (aliança com PT), apenas não
acredito que aconteça pela natureza do escorpião”, disse. Em palestra de evento
da Folha de S. Paulo, o ex-ministro fez uma metáfora dizendo que o partido era
como escorpião, “se afunda sozinho”.
Questionado
sobre a prática do “morde e assopra” em relação a Lula, Ciro rebateu que
reconhece a importância do ex-presidente para o Brasil, mas afirma que ele é
uma pessoa de “muitas contradições”. O pedetista disse mais uma vez que “sonha”
com a absolvição de Lula, mas que o petista não pode ser candidato em caso de
condenação.“Não parece bom para um país uma condenação que leve um homem, com
tanto bem querer por uma grande parte da população brasileira, para a cadeia.
Me constrange, me faz sofrer”.
Pesquisas
de intenção de voto sugerem que Ciro será um dos herdeiros dos votos de Lula,
caso o petista não seja candidato ou tenha registro cassado durante o pleito.
Ele e Marina Silva (Rede) estão entre os políticos que mais se beneficiariam
com a saída do petista da corrida eleitoral.
Ciro
criticou a intervenção federal no Rio de Janeiro, que coloca militares nas
ruas. “A intervenção no Rio é uma intervenção politiqueira, mal intencionada,
sem planejamento de nada, portanto a semente do desastre está implantada.
Entretanto, ela corresponde a um anseio, uma súplica, um pedido comovente da
comunidade nacional brasileira”, avaliou.
Ele
disse que, mesmo sendo uma “figura enojante”, o presidente Michel Temer (PMDB)
está lutando para se manter no poder, diferentemente da antecessora Dilma. A
ação militar no Rio, segundo Ciro, ajuda na popularidade de Temer, mas é
insuficiente para torná-lo protagonista nas eleições 2018.
Sobre
o Ceará, Ciro disse que o Estado comandando por um aliado, não precisava de
intervenção. “Não precisa porque tem governo”, justificou. Ele admitiu que os
índices de homicídio aumentaram nos últimos anos, mas afirmou que o poder do
Estado seria suficiente. “Aumentaram bastante, mas o governo vai tomar conta”,
completou.
Com
informações portal O Povo Online
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