Primeiro
mês da quadra chuvosa, fevereiro encerra hoje (28/02) com chuvas 30,1% acima da média
do observado no período, em resultado preliminar. Ao longo do mês, a média
pluviométrica do Ceará chegou a 154.3 milímetros (mm).
As boas chuvas,
influenciadas pela La Niña e por temperaturas altas do Oceano Atlântico,
contribuíram para o registro de aporte em 119 reservatórios dos 155 monitorados
pela Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh). No entanto, grandes
açudes como Castanhão, Orós e Banabuiú têm volume estabilizado, mas sem aportes
significativos.
Isso
acontece porque, de acordo com o meteorologista Raul Fritz, supervisor da
Unidade de Tempo e Clima da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos
(Funceme), as primeiras chuvas servem para encher a pequena açudagem, encharcar
e saturar o solo e preparar o terreno para aportes maiores em caso de
continuidade de chuvas.
“Temos
expectativas de que com as condições atmosféricas e oceânicas favoráveis (com
aprofundamento da La Niña e esquentamento do Oceano Atlântico em áreas próximas
ao Nordeste Brasileiro), março deve ser o mês com o maior índice pluviométrico
do ano”, projeta.
A importância disso, conforme o meteorologista, é que a
continuidade das chuvas faz com que as condições de umidade, evaporação e solo
sejam mais favoráveis a recargas positivas em grandes reservatórios.
Ao
todo, em fevereiro as chuvas representaram uma entrada de água nos açudes da
ordem de 222,03 milhões de metro cúbicos (m³). Atualmente com 2,22% do volume,
o Castanhão, maior açude público do Brasil para múltiplos usos, tem ensaiado
uma recuperação, conforme o presidente da Cogerh, João Lúcio Farias.
Em cinco
dias, o açude passou de 2,08%, no dia 22 de fevereiro para 2,22% nos registros
de ontem (27/02). Em
milhões de metros cúbicos, o volume passou de 139,52 para 148,69 - uma recarga
de 9,17 milhões de m³. Com o aporte, o açude voltou a cota 66 (atualmente na
66,07).
Para a Cogerh, o entendimento é que o reservatório atinge o volume
morto na cota 65. Ainda assim, o volume atual é menor do que o do dia primeiro
de janeiro, que era de 2,65%. O
aporte do Castanhão é o maior registrado no estado nos últimos sete dias. Mesmo
pequeno, é considerado “importante, mas ainda pouco para magnitude do
Castanhão”.
“O rio Salgado pega grande parte da área de influência do
Castanhão. E ali tem chovido bem. Neste momento, o Salgado tem corrido e o Castanhão começou a pegar água, de forma lenta, mas é importante, e a
expectativa é que no mês de março seja mais intenso”, acredita Farias.
Também
nos último cinco dias, o Orós oscila entre 5,8% e 5,82% de seu volume. Com
baixas e leves aumentos, o aporte foi de 400 mil m³ de água, passando da cota
180,02 para a 180,05. Ali, conforme Farias, a influência é do Rio Cariús que
também começa a escorrer e poderá em março intensificar o aporte no açude, o
segundo maior do Ceará.
No açude Banabuiú, com apenas 0,45%, o problema está no grande número de reservatórios no entorno que pegam água antes que o Banabuiú consiga se reabastecer.
Confira as 10 maiores chuvas do Ceará em fevereiro:
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