Em
razão da crise financeira e da seca, prefeituras cearenses vão deixar de
realizar festas de Carnaval este ano. Dos 184 municípios, apenas 23 responderam
que vão bancar os festejos com recursos próprios à Associação dos Municípios
Cearenses (Aprece). Outros sete informaram que buscaram patrocínio com o setor
privado para garantir as comemorações.
Conforme
levantamento do jornal O POVO no Portal de Licitações do Tribunal de Contas do
Estado (TCE-CE), duas prefeituras chegaram a lançar este ano certame para
realização das festas, mas cancelaram. Pentecoste foi uma delas. "A gente
pensou que daria para fazer, mas não tem recurso", disse o prefeito João
Bosco Tabosa.
A
Prefeitura de Santa Quitéria também se preparava para contratar bandas e
estrutura para o Carnaval, mas voltou atrás. Pelas redes sociais, o Município
informou que o cancelamento foi decisão unânime dos secretários da gestão. Além
da crise financeira, a “insegurança que atinge a região”.
Municípios
como Aracoiaba, Cascavel e Horizonte informaram, pelas redes sociais, o
cancelamento das festas. Todos citam dificuldades nas finanças. "Sabemos
que o Carnaval é importante, mas não está fácil", comenta o prefeito de
Aracoiaba, Antônio Cláudio. Segundo ele, a população ficou dividida com a
notícia do cancelamento. "Ainda assim, o prefeito precisa tomar essa
decisão", diz.
Pelo
quarto ano consecutivo, o governador Camilo Santana (PT) assinou em janeiro decreto
proibindo repasses de verbas destinadas a festas carnavalescas. A exceção são
as despesas relacionadas a eventos do Sistema Estadual de Cultura (Siec).
Os
cancelamentos ocorrem também no contexto em que os municípios têm dificuldade,
inclusive, para pagar a folha dos servidores. Levantamento da Federação dos
Trabalhadores no Serviço Público Municipal do Ceará (Fetamce) indicou que pelo
menos 22 prefeituras estavam com salários dos servidores de dezembro atrasados.
Crateús,
mesmo constando na lista, vai fazer Carnaval mas sem recursos da Prefeitura. O
Município fez parceria com o setor privado. "Se fosse para fazer festa
pela Prefeitura, ninguém fazia", disse o prefeito Marcelo Machado.
Na
avaliação do diretor institucional da Aprece, Expedito Nascimento, a crise pela
qual as prefeituras passam é o principal motivo de os gestores não arriscarem
organizar as festas. Para ele, as cidades que têm tradição de Carnaval e cuja
festa se reverte em receita para o município tendem a manter os festejos. Os
demais, recuam.
"Ainda
não vi um ano tão difícil para os municípios do que foi 2017. E este ano não
está sendo diferente", disse. Nascimento diz que a crise financeira se
justifica pela redução de recursos federais.
O Fundo de Participação dos Municípios
sofreu queda e parte dos recursos especiais, como os do Programa Saúde da
Família, não foram reajustados. “Em uma situação dessa, o município que não faz
festa, a gente entende como atitude de grandeza”, diz.
Com
informações portal O Povo Online
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