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24 de janeiro de 2018

“Um país onde é proibido ser feliz” por Fernando Brito

Seja qual for o resultado da sessão do Tribunal Regional Federal que julga hoje o direito de que os brasileiros possam votar livremente daqui a nove meses, há uma sentença irrevogável e terrível contra o nosso país.

Temos, em toda a parte, uma elite má e mesquinha, incapaz do jogo democrático e sempre disposta a “melá-lo” depois de perder algumas mãos.

Os jornais mal disfarçam seu prazer ante a perspectiva de, por não ter ganho um apartamento que se diz – e não se prova –  que ganhou, Lula não possa ganhar a eleição que, sabem eles, ganhará.

Ou venceria, esperam eles com bem mais que orações de seu credo autoritário, mas com a formação de uma camada de odiadores insanos, gente sem os seus modos refinados, mas útil, extremamente útil, indispensável mesmo  para que se  sustente a execução que pretendem.

Sim, porque é de levarem à forca os homens que possam representar nossa independência e soberania que se insurge contra o saque colonial deste país, do qual querem vender tudo, sem que senão a eles sobre algo. Afinal, é este seu projeto há séculos, até que não nos sobre um grama de ouro, de verde, de minério ou uma gota de petróleo.

Os que dizer deles? Já não serve dizer que são “comunistas”, ainda que sejam fazendeiros, como Getúlio, Jango ou Brizola? Que são ateus, mesmo quando gestados pela Igreja Católica, como Lula? Ah, sim, digam  que são corruptos, acusação a que nenhum deles escapou e ainda serviu para cassar JK, absolutamente liberal e pró-capitalista mas que se deu a esta bobagem de querer desenvolvimento.

Estes, “não pode”. Deponham-nos, persigam-nos, condene-os ou, se ainda assim não conseguirem destruí-los, matem-nos.

Não que queiram ter um presidente honesto, capaz, eficiente, que seja capaz de fazer o Brasil crescer com o que tem com fartura: povo. Isso é tudo o que não querem, pode ser qualquer um, até um rebotalho como Temer, um banqueiro como Meirelles, um bobalhão como Maia, um insosso como Alckmin, um aventureiro como Huck. Se não houver outro jeito, até um truculento como Bolsonaro.

Daqui a pouco, começa-se a viver um dos lances decisivos este drama e nós aqui, com os fiapos de esperança na consciência dos escalados para algozes,  erguemos a cabeça, com altivez.

Porque a um homem se persegue, se condena e até se faz morrer. A um povo e sua caminhada, não.

Publicado originalmente no portal Tijolaço

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