Seja
qual for o resultado da sessão do Tribunal Regional Federal que julga hoje o
direito de que os brasileiros possam votar livremente daqui a nove meses, há
uma sentença irrevogável e terrível contra o nosso país.
Temos,
em toda a parte, uma elite má e mesquinha, incapaz do jogo democrático e sempre
disposta a “melá-lo” depois de perder algumas mãos.
Os
jornais mal disfarçam seu prazer ante a perspectiva de, por não ter ganho um
apartamento que se diz – e não se prova –
que ganhou, Lula não possa ganhar a eleição que, sabem eles, ganhará.
Ou
venceria, esperam eles com bem mais que orações de seu credo autoritário, mas
com a formação de uma camada de odiadores insanos, gente sem os seus modos
refinados, mas útil, extremamente útil, indispensável mesmo para que se
sustente a execução que pretendem.
Sim,
porque é de levarem à forca os homens que possam representar nossa
independência e soberania que se insurge contra o saque colonial deste país, do
qual querem vender tudo, sem que senão a eles sobre algo. Afinal, é este seu
projeto há séculos, até que não nos sobre um grama de ouro, de verde, de
minério ou uma gota de petróleo.
Os
que dizer deles? Já não serve dizer que são “comunistas”, ainda que sejam
fazendeiros, como Getúlio, Jango ou Brizola? Que são ateus, mesmo quando
gestados pela Igreja Católica, como Lula? Ah, sim, digam que são corruptos, acusação a que nenhum
deles escapou e ainda serviu para cassar JK, absolutamente liberal e
pró-capitalista mas que se deu a esta bobagem de querer desenvolvimento.
Estes,
“não pode”. Deponham-nos, persigam-nos, condene-os ou, se ainda assim não
conseguirem destruí-los, matem-nos.
Não
que queiram ter um presidente honesto, capaz, eficiente, que seja capaz de
fazer o Brasil crescer com o que tem com fartura: povo. Isso é tudo o que não
querem, pode ser qualquer um, até um rebotalho como Temer, um banqueiro como
Meirelles, um bobalhão como Maia, um insosso como Alckmin, um aventureiro como
Huck. Se não houver outro jeito, até um truculento como Bolsonaro.
Daqui
a pouco, começa-se a viver um dos lances decisivos este drama e nós aqui, com
os fiapos de esperança na consciência dos escalados para algozes, erguemos a cabeça, com altivez.
Porque
a um homem se persegue, se condena e até se faz morrer. A
um povo e sua caminhada, não.
Publicado
originalmente no portal Tijolaço
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