Sob
olhares atentos e expectativas diversas de todo o País, começa hoje (24/01) às 7h30min
(horário local) o julgamento histórico do ex-presidente Lula no Tribunal
Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
Longe das redes sociais, onde grupos
contrários defendem a prisão ou a declaração de inocência do petista, os cenários
menos prováveis são exatamente estes. Tendência é de condenação, que pode ser
unânime ou não, abrindo espaço para sua candidatura.
O
certo é que não há um “fim definitivo” em nenhum dos caminhos que o julgamento
pode tomar. Nem mesmo no caso de a 8ª Turma do TRF-4 declarar o ex-presidente
inocente, revertendo a condenação sentenciada pelo juiz Sergio Moro, o caso
estaria encerrado: a acusação, feita pelo Ministério Público Federal, poderia
entrar com recurso na segunda instância, no Superior Tribunal de Justiça (STJ)
ou no Supremo Tribunal Federal (STF).
Há
ainda um cenário mais remoto, de algum juiz pedir vista (um tempo a mais para
analisar o caso). “A tendência dessa Turma julgadora, levando em conta a
situação de outros condenados da Lava Jato, é de manter a condenação e aumentar
a pena”, afirma Tony Chalita, advogado e especialista em direito constitucional
e eleitoral.
“Não
dá para prever se a sentença será unânime, mas no caso de não ser há mais
chances da defesa conseguir um efeito suspensivo que garanta a candidatura dele
(Lula), porque ela pode alegar que o Tribunal não está convencido da culpa”,
explica. O cenário a que o advogado se refere é o de dois votos contra um,
permitindo que a defesa entre com embargos infringentes, tipo de recurso
cabível apenas em caso de divergência, que pode reverter a sentença.
No
caso dos três juízes votarem pela condenação, Lula ainda pode entrar com
embargos declaratórios e com recursos nas instâncias superiores. Nesse cenário,
embora Lula torne-se inelegível pela Lei da Ficha Limpa, há muitos caminhos
para colocar a campanha na rua.
“Ele
pode fazer o pedido de liminares no próprio TRF-4, no STJ ou no STF. No caso de
a condenação ser mantida, após análise dos embargos, e dessas liminares serem
negadas, ele ainda pode registrar a candidatura e, depois de ela ser negada
pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entrar com recurso que é suspensivo e
permite a campanha até sua análise”, explica Chalita.
As
consequências do julgamento de hoje vão além dos recursos técnicos de que o
ex-presidente se valerá para conseguir ser candidato. Para o especialista em
direito e analista político Marcus Vinícius Macedo, o resultado de manhã ainda
não será capaz de reverter indefinição do cenário eleitoral deste ano.
“O
quadro de incerteza sobre as eleições continua. Enquanto os outros partidos de
esquerda têm se fortalecido com o enfraquecimento do PT e têm lançado seus
candidatos, como é o caso da Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) e do Ciro Gomes (PDT),
no centro-direita por enquanto tem apenas um candidato, que é o (Jair)
Bolsonaro (PSC), não há decisões definitivas sobre os candidatos”, afirma.
Com
informações portal O Povo Online
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