A
tensão nas ruas de Porto Alegre equivale a uma final de campeonato com torcidas
rivais. A capital do Rio Grande do Sul é sede do Tribunal Regional Federal da
4a região, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outros seis réus
serão julgados em segunda instância por acusações de corrupção e lavagem de
dinheiro no âmbito da Operação Lava Jato.
Existem
barreiras policiais e desvios no trânsito ao redor de prédios públicos, como a
Assembleia Legislativa, onde houve eventos de apoiadores de Lula. Desde o
meio-dia de ontem, todo o perímetro que circunda os prédios da Justiça, que
inclui as sedes do Ministério Público Federal, da Justiça Federal e do próprio
TRF-4 estão fechados.
O
expediente de alguns funcionários públicos se encerrou mais cedo às vésperas do
julgamento de Lula. Hoje, somente uma parte dos servidores do TRF-4 foi
convocada para trabalhar, os demais foram liberados. Até o acesso à área
externa do prédio do TRF-4 está limitado a quem possui credenciais.
De
acordo com a Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul, a área
próxima ao TRF-4 contará com monitoramento aéreo, terrestre e naval. A
segurança dos magistrados também foi reforçada.
A
cerca de cinco quilômetros um do outro, dois polos de protestos preencheram
cruzamentos de Porto Alegre. Na zona nobre do Parque Moinhos de Vento, verde e
amarelo, buzinas e carros de som demandavam a condenação de Lula. Foram
entoadas rimas de apoio ao juiz Sergio Moro, que sentenciou o petista a 9 anos
e 6 meses de prisão na primeira instância.
“Está
sendo um divisor de águas, porque a gente lutou muito por isso. É uma pessoa
que tentou de tudo para fugir da Justiça e agora chegou a hora”, diz a
organizadora do Vem Pra Rua, Iria Cabrera. Ela conta que o grupo se reúne nos
arredores do parque há três anos e lembra outros momentos que considera de
conquista, como o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Algumas faixas
pedem intervenção militar.
Do
outro lado, no Centro Histórico de Porto Alegre, Dilma e Lula arrastam uma
multidão no local conhecido como Esquina Democrática.
“O que acontece é que
eles não têm quem possa disputar com o presidente Lula e como não tem essa
pessoa, tem que tirar o Lula do pleito”, afirma Dilma.
Em
seu último discurso antes do julgamento, Lula criticou a imprensa nacional, o
mercado e o governo federal. Ele poupou palavras amargas contra o Judiciário,
uma leve mudança de conduta em relação a manifestações anteriores.
“Eu não vou
falar do meu processo, não vou falar da Justiça, primeiro porque tenho
advogados competentes que já me provaram inocência. Segundo, porque acredito
que aqueles que vão votar deverão se ater aos autos do processo e não às
convicções políticas”, disse.
Com
informações portal O Povo Online
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