Ciro Gomes e Lula em conversa no ano passado (Foto: Ricardo Stuckert) |
Numa
tentativa de formar “ampla e sólida aliança” da esquerda em torno do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a cúpula nacional do PT anunciou que
buscará diálogo com lideranças de outras siglas. Entre elas, o ex-ministro
cearense Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência da República pelo PDT e nome
que tem apresentado melhor despenho em pesquisas de intenção de voto depois do
Lula, no bloco de esquerda.
O
vice-presidente nacional do PT, Alexandre Padilha, disse que vai buscar nomes
que se aproximaram em virtude do julgamento de Lula. “Lideranças como Roberto
Requião (MDB), Ciro Gomes (PDT), várias lideranças se posicionaram nesse
período. Vamos conversar com todas essas, discutindo plano regional, plano de
governo”, afirmou Padilha, quando questionado se buscaria o cearense para formar
chapa com Lula.
A
declaração foi dada durante o lançamento da pré-candidatura de Lula ontem, na
sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em São Paulo, um dia após a
condenação do ex-presidente em segunda instância. Na semana passada, Padilha já
havia dito que a chapa petista deverá contar com outro partido para o vice.
Com
a condenação em segunda instância, Lula se torna inelegível de acordo com a Lei
da Ficha Limpa. No entanto, o partido já reafirmou que irá registrar a
candidatura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até a data limite de 15 de
agosto. Cabem recursos que podem garantir a participação do petista no pleito.
Mas as implicações legais do registro tornam a candidatura incerta. Os líderes
petistas têm evitado falar em plano B. No entanto, um vice poderia herdar a
cabeça de chapa numa eventual prisão ou impugnação do registro de Lula.
Entre
os petistas, os mais cotados para substituir o ex-presidentes são Fernando
Haddad, ex-prefeito de São Paulo e coordenador do programa de governo do PT
para 2018, e Jaques Wagner, duas vezes governador da Bahia. O governador Camilo
Santana esteve na reunião da CUT em São Paulo para o lançamento da
pré-candidatura de Lula.
Em
entrevista ao jornal O POVO, há pouco menos de um ano, o governador disse que
defenderia uma chapa Ciro/Haddad. A relação entre Ciro e o PT tem sido dúbia,
com críticas e elogios por parte do pedetista, ex-ministro de Lula.
Logo
que o PDT apresentou Ciro como pré-candidato, o presidente nacional do partido,
Carlos Lupi, descartou uma aliança em que Ciro fosse vice de um petista. “Nós
apoiamos o PT, esperamos esse apoio de volta. Ciro vai ser o cabeça de chapa.
Disso, não abrimos mão”, disse à época.
A
assessoria de Ciro Gomes informou que ele passou por cirurgia de correção de
septo nasal na manhã de ontem e, por esse motivo, não comentaria o assunto por
enquanto.
Com
informações portal O Povo Online
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