A
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, suspendeu, na
madrugada de hoje (22/01), a posse da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) como
ministra do Trabalho.
Ela analisou reclamação do Movimento dos Advogados
Trabalhistas Independentes (Mati), que contestou decisão do Superior Tribunal
de Justiça (STJ) autorizando a posse da deputada. A cerimônia estava prevista
para esta segunda-feira de manhã.
No
documento, o Mati, que reúne cerca de 300 advogados especializados em direito
do trabalho, argumenta que a decisão do vice-presidente do STJ, ministro
Humberto Martins, é inconstitucional, pois fere competência do STF. Na
reclamação, os advogados reforçam o entendimento de que a eventual nomeação e
posse da deputada como ministra do Trabalho representará afronta ao princípio
da moralidade administrativa.
Em
trecho de sua decisão, a ministra Cármen Lúcia diz que “com base no poder geral
de cautela (caput do Artigo 297 do Código de Processo Civil) e nos princípios
constitucionais da segurança jurídica e da efetividade da jurisdição, que
seriam comprometidos com o ato de posse antes de se poder examinar a suspensão
das decisões de primeira e de segunda instâncias que a impediam neste momento,
defiro parcialmente a providência liminar para a suspensão do ato de posse até
que, juntadas as informações, incluído o inteiro teor do ato reclamado, seja
possível a análise dos pedidos formulados na presente reclamação, sem prejuízo
de reexame desta decisão precária e urgente”.
O
ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse que o governo vai buscar um "caminho jurídico" para garantir a posse
da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) como ministra do Trabalho. Na madrugada
de hoje, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmen Lúcia, acatou o
recurso que pede a suspensão da posse da deputada.
Segundo
Marun, “o caminho jurídico será definido pela área jurídica do governo”, e a
decisão tomada pelo governo é “continuar nessa demanda” com o objetivo de
garantir o respeito à Constituição. Questionado se considera equivocada a
decisão de Carmen Lúcia, Marun evitou críticas e avaliou a decisão como
“técnica” e que “não adentrou o mérito da questão”.
“Novela
sempre tem um final feliz, já que você se refere a novela. O governo mantém a
serenidade e obviamente insistirá nesta luta judicial pela preservação das
prerrogativas do presidente e temos confiança no bom senso das decisões
judiciais que vão, no devido tempo, garantir a posse da ministra escolhida pelo
presidente para exercer a função de ministra do Trabalho”, declarou o ministro.
O
vice-líder do governo na Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), já havia sinalizado há
algumas semanas que a base governista já esperava uma decisão negativa da
ministra Carmen Lúcia e que a equipe jurídica da Presidência esgotaria todas as
possibilidades de recurso até que o processo pudesse ser analisado pelo
plenário do STF, na volta do recesso em fevereiro.
Cristiane
Brasil foi indicada para chefiar o Ministério do Trabalho no âmbito das
negociações pela aprovação da reforma da Previdência, em tramitação da Câmara
dos Deputados desde o ano passado. Marun disse que o governo não vai desistir
da reforma e reconheceu que "até que seria mais fácil" se o PTB
indicasse outra pessoa para o cargo, mas explicou que a equipe governista
optou, nesse momento, por lutar “pela preservação da prerrogativa da
presidência da República” de nomear ministros de Estado.
“Se
alguém pensa que vai nos desviar do nosso rumo que é a aprovação da reforma da
Previdência com apresentação de questões como essa, está enganado. O governo
tem um rumo e nada afastará do propósito de aprovar a reforma da Previdência”,
ressaltou.
Marun
sinalizou ainda que, caso o governo consiga garantir por meio de outro recurso
a nomeação de Cristiane Brasil, a posse poderá ocorrer mesmo com a ausência do
presidente Michel Temer, que viajará hoje para Davos, Suíça, onde participará
do Fórum Econômico Mundial até o dia 26 de janeiro. O presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumirá a Presidência da República neste período.
Com
informações portal Agência Brasil
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