Lula discursou em ato no Centro de Porto Alegre (Foto: Ricardo
Stuckert)
|
Em
discurso em Porto Alegre ontem (23/01), véspera de seu julgamento em segunda
instância na capital gaúcha, o ex-presidente Lula preferiu deixar em segundo
plano a possibilidade de ter sua condenação confirmada pelo TRF-4 e atacou a
elite brasileira, a quem chamou de "perversa", e o desmonte da soberania
nacional.
"Não
posso me conformar com o complexo de vira-lata que tomou conta do nosso
País", afirmou. "É uma elite que quer falar grosso com a Bolivia e
manso com os EUA. Foi a última elite a acabar com a escravidão no nosso
continente."
O
ex-presidente chamou a grande imprensa brasileira de "mentirosa" e
afirmou que a população está anestesiada. "Por que eles estão destruindo
nosso patrimônio e não estamos reagindo com a força que deveríamos? eles deram
uma anestesia, eles inventaram essa 'doença' chamada PT. Ela causava um mal que
era a ascensão das pessoas mais pobres", ironizou o petista.
Lula
afirmou que a "doença" está sendo substituída por outra pior. "É
a doença de subordinar os interesses dessa pátria de 200 milhões de
habitantes." O ex-presidente descreveu uma reunião que teve em 2002 com
George W. Bush, então presidente dos EUA.
"Ele
disse que tínhamos de acabar com o Saddam Hussein, com o terrorismo. Eu
respondi: 'meu país fica a 14 mil quilômetros do Iraque. Não conheço o Saddam.
Eu não quero fazer guerra contra o Iraque, mas para acabar com a fome no meu
País."
Lula
não fez críticas duras a Sérgio Moro, mas provocou o magistrado. "Eu sei
que não cometi crime, mas ele (Moro) sabe que está mentindo", disse.
"Ele não terá coragem de falar que não há um magistrado mais honesto do
que ele no País."
O
petista também ironizou o chamado "mercado". "Quando falam que o
mercado não quer que eu volte, eu respondo que não preciso dele, mas sim de
empresas produtivas, de uma agricultura produtiva."
Em certa passagem o petista ainda provocou Luciano Huck, cotado como candidato a presidente. Ao cumprimentar os manifestantes presentes, Lula brincou que "quem está acostumado a trabalhar no Caldeirão (uma referência ao Caldeirão do Huck), tem de cumprimentar quem está na frente, atrás, na esquerda ou na direita".
Em certa passagem o petista ainda provocou Luciano Huck, cotado como candidato a presidente. Ao cumprimentar os manifestantes presentes, Lula brincou que "quem está acostumado a trabalhar no Caldeirão (uma referência ao Caldeirão do Huck), tem de cumprimentar quem está na frente, atrás, na esquerda ou na direita".
Por
fim, Lula pediu unidade à esquerda. "Acredito que em algum momento a
esquerda vai se unir. Não em torno de um candidato, mas de um projeto."
Antes
da fala do ex-presidente, Dilma Rousseff defendeu que o Brasil precisa de Lula.
"Esse pais precisa de um homem. Pode ter precisado de uma mulher no
passado, mas agora precisa de seu ex-presidente, para nos encontrarmos com nós
mesmos, para que esse Pais ferido, que está sendo estraçalhado por políticas
conservadoras, tenha uma caminho de esperança."
Dilma
classificou uma possível condenação em segunda instância como o terceiro
capítulo do golpe, precedido por seu impeachment e pelo desmonte das políticas
sociais dos governos petistas.
"Nós temos a esperança de que o TRF4 reconheça que esse país precisa de uma Justiça não política." Dilma prometeu luta em todas as instâncias do Judiciário. e garantiu que Lula é a única alternativa do partido para 2018. "Sempre me perguntam sobre um plano B. Sabe por que não? Quem acredita na inocência de uma pessoa, seria um covarde em substituí-la."
"Nós temos a esperança de que o TRF4 reconheça que esse país precisa de uma Justiça não política." Dilma prometeu luta em todas as instâncias do Judiciário. e garantiu que Lula é a única alternativa do partido para 2018. "Sempre me perguntam sobre um plano B. Sabe por que não? Quem acredita na inocência de uma pessoa, seria um covarde em substituí-la."
Pré-candidata
à presidência pelo PCdoB, Manuela D'Ávila comemorou a unidade do campo
progressista em defesa do direito de Lula se candidatar. "São As
bandeiras vermelhas da nossa unidade, a unidade daqueles que compreendem que
eleição sem Lula é golpe. Nós temos clareza disso no PCdoB. Por isso, marchamos
unidos. Lugar de política é na eleição, e não no poder Judiciário", afirmou.
Cogitado
como possível candidato pelo PSOL, Guilherme Boulos, líder do MTST, afirmou que
Sérgio Moro é um "fantoche". "Esse argumento falacioso de
combater a corrupção, desde os tempos da UDN, é combater o avanço do nosso
povo. Essa turma tem uma tara por apartamento, fizeram o mesmo com o Juscelino
Kubitschek", afirmou, antes de criticar a elite do País. "Essa Casa
Grande é que vai estar sendo julgada, não pelos juizes do TRF, mas pelo povo
brasileiro. Podemos ter qualquer diferença. Hoje e amanhã, é unidade
democrática."
Com
informações portal Carta Capital
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.