O
Facebook divulgou ontem(29/01), pela primeira vez, seus princípios sobre a
privacidade de dados dos usuários e anunciou uma campanha de esclarecimento
sobre a política de privacidade da empresa. A iniciativa propõe explicar como a
empresa utiliza os dados coletados de seus usuários e como estes internautas
podem controlar as informações disponibilizadas em seus perfis.
O
anúncio ocorre logo após o Dia Internacional da Privacidade de Dados, celebrado
ontem (28/01) justamente para aumentar a consciência das pessoas sobre a
importância da privacidade e proteção de dados pessoais em ambientes digitais.
Instituída em 2006, a data é um chamado para pesquisadores, ativistas,
empresas, autoridades e usuários refletirem sobre o tema.
Entre
os princípios de privacidade do Facebook estão o controle da divulgação de
informações pelos usuários; medidas de explicação sobre o uso de dados por meio
da Política de Dados e de mensagens informativas; e a preocupação com a
proteção de dados no desenvolvimento de soluções tecnológicas.
A
empresa também incluiu nas orientações ações de segurança da informação para
evitar vazamentos e outros acessos indevidos aos dados mantidos pela
plataforma; a escolha pelo usuário do público de suas mensagens, bem como a
chance de exclusão dos conteúdos publicados; e a busca pela melhoria constante
nos controles de privacidade.
“Reconhecemos
que as pessoas usam o Facebook para se conectar, mas nem todos querem
compartilhar tudo com todos – incluindo conosco. É importante que você tenha
escolhas quando se trata de como seus dados são usados”, disse a diretora de
privacidade da companhia, Erin Egan, em nota divulgada hoje.
Uma
das ações anunciadas pela campanha é a simplificação do acesso às informações
sobre privacidade dentro da plataforma. Atualmente, ela disponibiliza uma
página denominada Noções Básicas de Privacidade e outra chamada Políticas de
Dados. A primeira inclui informações sobre a privacidade nos diversos serviços
e funcionalidades da rede social, incluindo a ferramenta de controle das
configurações. Já a segunda traz explicações acerca de como os dados são
coletados, tratados e usados pela empresa.
No
comunicado divulgado hoje, Erin Egan informou que a companhia pretende
centralizar e simplificar as informações e os sistemas de controle das
configurações de privacidade. Mas não deu mais detalhes de quando nem como isso
será feito.
O
Facebook apontou como um dos focos da campanha divulgar melhor as ferramentas
de controle de privacidade. Elas permitem, por exemplo, definir o público
destinatário de uma publicação, se amigos, amigos de amigos ou listas de
contatos.
Na
administração do perfil, há a funcionalidade de escolher quem pode acessar
quais informações. O nome e a foto são sempre públicos. Mas informações como
local de trabalho e idade podem ser expostas para determinadas pessoas e não
para outras. O mesmo é válido para listas de amigos, comentários, marcações e
mensagens na linha do tempo.
Na
avaliação de Maria Cecília Oliveira Gomes, especialista em regulação de novas
tecnologias e monitora do curso de proteção de dados da Universidade Mackenzie,
de São Paulo, a divulgação dos princípios de privacidade é um movimento
positivo do Facebook de ampliação da transparência sobre suas atividades. Para
ela, parte da motivação da empresa está relacionada à adaptação aos princípios
da nova legislação europeia, que entrará em vigor neste ano.
“A
plataforma está tentando se tornar mais transparente e fazendo ações de
educação, mas não acho que são ações suficientes. Não há transparência absoluta
em relação ao que é feito com os dados dos usuários. O Facebook inclusive já
enfrentou questionamentos sobre a falta de transparência em relação a isso e
aos algoritmos que usa”, disse.
Um
exemplo de medida de transparência, sugere a especialista, seria deixar mais
claras as informações coletadas para a publicidade direcionada. “A própria
pessoa que faz anúncio direcionado não tem conhecimento geral de quais dados
são coletados. Isso seria algo interessante, até porque neste ano teremos
eleições e este recurso será adotado”, complementa Maria Cecília.
Para
Amanda Yumi Ambriola, especialista em tecnologia e integrante da associação
Garoa Hacker Clube, a despeito dos princípios ainda há sérios riscos à
privacidade dos usuários do Facebook.
A
rede social concentra informações de mais de dois bilhões de usuários, segundo
site oficial da empresa, e pode mudar sua política de privacidade. “As regras
do jogo podem mudar com frequência e não são válidas para apenas publicações e
contatos novos, mas sim, para todo seu histórico lá salvo”, alerta Amanda.
A
pesquisadora acrescenta que, mesmo afirmando estar preocupado com a privacidade
dos usuários, o Facebook ainda coleta uma grande quantidade de dados e os
fornece para anunciantes sem que o usuário saiba como suas informações estão
sendo geridas.
Com
informações portal Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.