Há
muita gente apostando que Luciano Huck, o dono das tardes de sábado na Rede Globo,
pode ser o nome credenciado para garantir a presença de uma candidatura
ideologicamente centrista forte na disputa presidencial no Brasil.
De centro é
possível, mas inexiste razão objetiva para se acreditar que ele, neófito na
política, realmente se faça apto a enfrentar com chances reais de vitória as
adversidades de uma campanha eleitoral com as duras características esperadas
para o decisivo ano de 2018 em que nos encontramos.
Claro
que o fato dele representar algo fora do cardápio de nomes tradicionais neste
momento ajuda seus planos. Nem de longe, porém, se basta como estratégia contra
estruturas políticas que, a despeito do peso eventual representado hoje pelo
tempo de vigência na vida pública e a carga negativa que tal característica
representa para o momento, entendem a alma do eleitor muito mais do que Huck.
Inclusive
para explorar aquelas situações recorrentes nas quais o apelo ao novo parece
maior. O que acontece agora. É enganoso imaginar que os velhos caciques estão
parados e apenas esperando chegar o tempo para uma passiva transferência de
poder.
Os
motivos do entusiasmo que alguns demonstram com a opção Luciano Huck permanecem
ocultos, porque ainda não encontram-se expressos em pesquisas de intenção de
voto. Nenhuma das divulgadas até hoje permite qualquer entusiasmo em relação à
aventura de apostar no apresentador global para inserir novidade no debate.
Um
outro aspecto a considerar, desde agora, é que será menos fácil do que o
previsto carimbar no carismático apresentador global a marca de um autêntico
outsider, puro mesmo. Não por experiências anteriores na vida pública, que ele
não tem, de fato, mas porque sua inquietude com as coisas erradas da política o
fez assumir posturas pessoais pelas quais terá que responder.
Na
mais notória e mais recente, abraçou com entusiasmo a candidatura de Aécio
Neves à presidência da República em 2014 e agora toma conhecimento de suas
travessuras. Sua manifestação pública de “decepção” com o antigo aliado encerra
o assunto na perspectiva do cidadão, mas anda longe de bastar como
esclarecimento do candidato. Caso venha a ser.
Publicado
originalmente no portal O Povo Online
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