Vivemos
talvez um dos períodos mais difíceis de nossa história, onde a sociedade busca
o caminho mais curto para solução de seus conflitos, e não percebe que esse
atalho prejudica de forma perigosa a nossa democracia.
Tempos
onde se fala e se deseja justiça de acordo com a conveniência de cada lado,
justiça essa, sem a devida obediência ao ordenamento legal, instrumento
legítimo para se mediar os conflitos de todas as naturezas, e fugir a essa
regra é a barbárie ou a desordem, pois os tribunais de exceção a muito foram
banidos pela civilização moderna.
O
que observamos hoje no Brasil, e cada vez mais reforçado nas redes sociais, é a
disputa pelos diversos segmentos sociais da opinião contra a opinião, nenhuma
discursão se aprofunda, cada segmento do tecido social defende a opinião a que
ela se filia, isso sem discriminar lados, pois essa disputa da opinião também
chegou às instituições legalmente constituídas.
Estamos
deixando de lado as regras estabelecidas no ordenamento legal para impormos a
vontade, o desejo, e, nos desvirtuando totalmente do que é moral e legal.
As
pessoas não mais se respeitam, as instituições não agem mais de forma harmônica
e independente, elas defendem apenas seus interesses corporativos, da mesma
forma que nós, defendemos apenas os nossos próprios, o bem social deixou de ser
o objetivo, e a organização da sociedade fica perigosamente ameaçada com esses
métodos, e isso se comprova com a alta taxa de mortes violentas que refletem a
incapacidade do Estado de proteger o cidadão, enquanto os tribunais do crime ao
mesmo tempo que julga e executa a pena, também impõe a ordem nos seus locais de
atuação, ou seja, uma total inversão na regra da organização estatal.
As
decisões políticas são tomadas por interesses corporativos, chegando a se mudar
a Constituição, e aqui cito a Emenda que legalizou a atividade da Vaquejada, um
verdadeiro arranjo legal, pois bastou um parlamentar não gostar ou ser
pressionado para mudar um dispositivo na Carta da Republica, ele muda.
As
decisões judiciais que interferem nas prerrogativas de outros poderes, as
interpretações as leis da maneira mais conveniente aquele que a interpreta, ou
seja, cada um puxando a corda para o seu lado, e essa disputa de força alguém
acaba ganhando, e tenho certeza não será a maioria.
Confesso
que quando escrevo isso não acredito em melhoras, porém mantenho a FÉ, e isso
não é uma leitura pessimista, é um ALERTA, pois a melhora requer compromisso de
todos, e no momento atual, esse compromisso não se observa nem nas pessoas, nem
nas instituições, então só nos resta esperar e contribuirmos com bons exemplos,
dialogando, ouvindo, e respeitando a ordem legal.
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