Os
20 dias decorridos do ano que começa foram suficientes para mover peças
importantes na sucessão estadual do Ceará e provocou transformações profundas
na oposição.
Um movimento já vinha em curso e se consolidou: o MDB deixou o
bloco que se contrapõe ao governador Camilo Santana (PT) na Assembleia
Legislativa.
Capitão
Wagner (PR), por sua vez, anunciou que será candidato a deputado federal,
deixando de lado a hipótese de concorrer a governador. O deputado estadual
anunciou ainda que deixará o PR e se filiará ao Pros.
Ontem,
o portal O POVO Online antecipou que Heitor Férrer se reuniu com dirigentes da
Rede Sustentabilidade e discutiu a possibilidade de deixar o PSB para ingressar
na Rede.
Enquanto
isso, nos últimos dias, Camilo Santana retomou a agenda pública. Neste fim de
semana, reúne o secretariado para organizar o ano eleitoral.
O
saldo até agora é de um governo muito bem situado, mais pelas circunstâncias
políticas que pelas realizações administrativas. O governador tem bases sólidas
para se mover, enquanto a oposição está sem rumo. Aliás, cada um está
preocupado com a própria vida - ou a própria sobrevivência.
Eunício
já se debandou para o lado de Camilo. O peemedebista odeia os Ferreira Gomes e
é igualmente odiado. Porém, aparentemente acha ainda pior perder eleição. Por
isso, articula as condições para ser reeleito. Presidente do Senado não
conseguir sequer segurar o mandato não é menos que um vexame.
Wagner
desistiu de ser candidato a governador para concorrer a deputado federal.
Assim, praticamente assegura uma vaga, no lugar de se arriscar a uma disputa
dificílima, com grande chance de ficar sem mandato a partir do ano que vem. O
Capitão mostrou que não tem nada de kamikaze.
Tasso
Jereissati (PSDB), com mais quatro anos de mandato pela frente, não demonstra,
até aqui, lá muito interesse pela disputa.
Quanto
a Heitor, está preocupado com a hipótese de aliança do seu PSB com o grupo do
governador. Disse que quer ficar no PSB, mas está inseguro diante das
incertezas nacionais e da perspectiva estadual que indica aliança com o bloco
governista.
Ao
blog do Eliomar de Lima, ele disse que, caso o partido garanta a ele liberdade
de atuação, fica no PSB. Seria assim: o partido apoiaria Camilo Santana,
estaria ao lado dos Ferreira Gomes. Porém, Heitor não seria obrigado a subir em
palanque nenhum e faria seu discurso de oposição. Foi assim quando ele estava
no PDT, durante os governos de Lúcio Alcântara e Camilo Santana. Nos dois
momentos, a sigla estava na base governista, e Heitor se mantinha opositor.
Em
resumo, a oposição desistiu de um projeto coletivo e cada um tenta salvar a
própria pele.
Publicado
originalmente no portal O Povo Online
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