O
presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes, previu
que as eleições de 2018 serão um desafio para o combate às notícias falsas
veiculadas pela internet, conhecidas como "fake news".
Gilmar participou, no Rio, da entrega da Ordem do Mérito do TSE de 2017 a diversas autoridades, na noite de ontem (15/12). Segundo ele, como a campanha
terá apenas 40 dias, será necessário agilidade para se conseguir combater e
retirar da rede as matérias inverídicas contra candidatos.
“O
nosso temor é que, numa campanha de 40 dias, a gente tenha problemas sérios com
divulgação de fatos inverídicos. Até você constatar que é uma fake news ou não,
é um desafio. O problema é detectar e depois retirar. Como você faz isso na rede?
Nós estamos lidando, muitas vezes, com sites sediados no exterior e o limite da
Justiça é territorial. Então, temos que ter colaboração com esses provedores e
isso é um novo aprendizado e um novo desafio”, disse Gilmar.
O
presidente do TSE, que também é ministro do Supremo Tribunal Federal (STF),
previu que, além do combate às fake news, haverá dificuldades extras no pleito
do próximo ano, pela quantidade de candidatos, problemas de caixa 2 e até
participação do crime organizado tentando eleger candidatos.
“Certamente,
vamos ter eleições difíceis e desafiadoras. Porque continuamos a ter o mesmo
sistema eleitoral que tínhamos no passado, um modelo de muitos candidatos, um
sistema proporcional aberto e uma perplexidade quanto ao financiamento. O
Congresso aprovou um fundo de R$ 1,9 [bilhão], mas é notoriamente insuficiente.
O grande desafio da Justiça Eleitoral e também dos partidos é a fiscalização.
Pois, certamente, vamos ter problemas de caixa 2 e com tentativas do crime
organizado de estar nas eleições”, alertou o ministro.
Perguntado
sobre a situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado em 1ª
instância pelo juiz Sérgio Moro e que será julgado pelo Tribunal Regional
Federal da 4ª Região (TRF4) em 24 de janeiro, Gilmar considerou natural a data
do julgamento, criticada por apoiadores de Lula como antecipada.
“No
próprio Supremo Tribunal Federal, nós damos prioridade para os processos mais
sensíveis. Então, não vejo como censurar o Tribunal Regional de Porto Alegre
por ter dado – se é verdade que deu – prioridade em nome da segurança jurídica.
Nós estamos vivendo um ambiente político bastante tenso, então é normal que
haja reclamação”, considerou Gilmar.
Segundo
ele, as demais instâncias jurídicas deverão se esforçar para, se for mantida a
condenação, julgar os recursos da defesa de Lula antes das eleições: “Eu tenho
impressão que todos os tribunais terão essa responsabilidade, de evitar um
quadro de conflituosidade. Isso é uma marca dos tribunais, a responsabilidade
institucional, de não permitir que um quadro grave se torne ainda mais grave”.
Também
estiveram presentes na solenidade, entre outras autoridades, os ministros da
Justiça, Torquato Jardim, e do STF, Luiz Fux, próximo presidente do TSE,
sucedendo a Gilmar em fevereiro.
Com
informações portal Agência Brasil
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