Imagem capturada do vídeo do PSD em cadeia nacional |
O
“lançamento” da campanha presidencial de Henrique Meirelles, ontem à noite (21/12), no
programa de televisão do “seu” partido, o PSD teve um impacto correspondente ao
peso eleitoral do Ministro da Fazenda: nenhum.
Fora
dos círculos financeiros e os que mentalmente gravitam em torno deles,
Meirelles é um nada. No meio político, também, embora aí o poder de sua caneta
possa fazer diferença quando for tratar com a escória fisiológica do
parlamento, que ele despreza mas lida, por sabê-la indispensável aos seus
projetos econômicos autoritários.
A
recíproca é verdadeira e uma eventual opção por seu nome depende de duas
condições: a falta de outro nome para se apresentar como opção ao esquálido
Geraldo Alckmin e um acerto com Temer, tal como Meirelles aceitou ao assumir o
Ministério da Fazenda, engolindo a entrega do Planejamento a Romero Jucá, como
até hoje, informalmente, ocorre.
O
discurso, anódino e lido sem muito talento de um teleprompter, foi o óbvio:
explorar a queda da inflação e um
suposto crescimento do emprego como formas de popularizar-se. A probabilidade
de que tenha funcionado é menor até do que o 1% que ele tem nas pesquisas.
Chama
a atenção, mais que tudo, a forma com que Meirelles “assume a defesa do governo”, credencial que
ele agita para se mostrar digno de ser o “candidato da base”.
A
defesa que fez, na TV, foi a defesa de si mesmo e de suas políticas. A
solidariedade a Michel Temer – já magnificamente exposta quando o Ministro
disse que ficaria no governo caso o presidente caísse pelas denúncias da JBS,
que ele, aliás, presidiu – pode ser
medida pelo número de vezes que este foi citado: zero.
Reconhecimento
idêntico teve a Lula, que o manteve oito anos à frente do Banco Central.
Os
produtores do programa, ao menos, foram felizes quando escolheram a primeira
imagem da “biografia” com que pretenderam apresentar Meirelles ao público.
O
velocípede ilustra bem o tipo de “aceleração” que ele pretender dar à economia.
Devagarzinho, devagarzinho, não vamos a lugar nenhum, senão para o atraso
frente ao mundo.
Publicado
originalmente no portal Tijolaço
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