Os nove governadores do Nordeste assinaram carta pública repudiando a prática classificada como “criminosa” (Foto Divulgação) |
O
presidente Michel Temer (MDB) encontra ainda mais dificuldade para aprovar a
reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, após o ministro da Secretaria
de Governo, Carlos Marun, declarar que os estados que quiserem liberação de
recursos têm de ajudar no encaminhamento da proposta.
Ontem (27/12) os nove governadores do Nordeste assinaram carta pública repudiando a prática
classificada como “criminosa”. Eles prometem processar o ministro se a ação se
concretizar.
No
documento dirigido a Temer, os governadores dizem que receberam a declaração
com “profunda estranheza” e não hesitarão em “promover a responsabilidade
política e jurídica” dos agentes envolvidos no que classificaram como “ameaça”.
“Esperamos que o presidente Michel Temer reoriente os seus auxiliares, a fim de
coibir práticas inconstitucionais e criminosas”, escreveram.
Em
entrevista coletiva, Marun admitiu na terça-feira última que o Palácio do
Planalto pressiona os governadores a trabalharem a favor da aprovação da
reforma da Previdência em troca do repasse de recursos em financiamentos de
bancos públicos.
“Financiamentos
da Caixa são ações de governo. Obviamente, nesse sentido entendemos que deve,
sim, ser discutida com esses governantes alguma reciprocidade no sentido de que
seja aprovada a reforma da Previdência, que é uma questão que entendemos hoje
de vida ou morte para o Brasil”, justificou, negando se tratar de chantagem.
O
governador Camilo Santana (PT) discordou da declaração. “É uma vergonha.
Resumindo: ‘eu só libero teus empréstimos se orientar os deputados a votarem a
reforma da Previdência’. Eu já mandei o recado dizendo que não conte com o
governador Camilo”, reagiu, ontem, em entrevista à rádio Tribuna BandNews FM.
Para
o governador, é “inadmissível essa forma de fazer política”. “Se eu fosse o
presidente, demitia esse ministro hoje”, declarou o petista, reiterando que
isso não era diálogo. “É uma coisa antirrepublicana.”
Após
a reação dos governadores, o presidente Michel Temer se reuniu ontem à tarde
com o ministro Marun e o relator da reforma da Previdência, deputado Arthur
Maia (PPS-PA). O objetivo do encontro foi discutir as estratégias para
conseguir os 308 votos necessários para a aprovação da proposta.
Mesmo
após a repercussão negativa da declaração, Marun disse ao jornal O POVO que mantém o
que foi dito. “Aqueles que foram beneficiados com ações do Governo terão de
auxiliá-lo”, reafirmou por telefone.
O
ministro também minimizou a reação dos governadores nordestinos, após dizer que
não leu a carta assinada por eles. Questionado sobre a declaração de Camilo
Santana, que sugeriu sua demissão do cargo de articulador do Governo, disse:
“Eu tenho mais coisa para me preocupar do que isso”.
Com
informações portal O Povo Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.