Lançamento do Natal de Luz de Altaneira em 2011 (Foto: Heloiza Bitu) |
Minha
família não fugiu a regra da maior influência religiosa do país. Cresci em meio
a um ambiente onde pobreza e aos valores católicos, apesar de que os grupos
protestantes vêm crescendo em ritmo considerável, que, contraditoriamente à
vida, valorizavam o seu oposto. Os figurões pregam para os que possuem melhores
condições financeiras, apresentam discursos para as classes dominantes.
E
no Natal, símbolo maior dessa crença, dividir o pão, comungar o momento, os
alimentos e o desejo coletivo de felicidade e melhores dias, mesmo que
involuntariamente, enchem minha família de esperança. Percebe-se o quanto ela
se nutre desse sentimento que, sem dúvida, sequer chega perto de uma
igreja. A grande maioria desse corpo
familiar se diz católicos, não praticantes (é bom registrar). Um membro faz
parte do protestantismo. Ante a tudo isso fico me sentindo um intruso em minha
própria residência.
Ora,
mas mesmo assim, fico a me perguntar, se na prática da vida real, o que as
religiões, sejam elas católicas, protestantes (incluo aqui o grupo da
Assembleia de Deus, Ministério de Madureira, Ministério Seta, Congregação
Cristã, Batista, dentre outras), testemunha de Jeová, fizeram para saírem de um
individualismo que os condenam desde seu surgimento e partir para o
desenvolvimento de ações que possam de fato, interferir de forma positiva na
vida dos altaneirenses?
O
natal, para os que acreditam no poder das religiões, principalmente do
catolicismo não pode simplesmente servir de bengala de sustentação dos dogmas
cristãos. Não pode as religiões amparadas por um comércio sacana fazer desse
momento mais um para retirar as últimas economias do bolso do religioso
consumidor.
O natal não pode ser utilizado simplesmente para trazer mais fies a
igreja e ficar até a meia noite e depois esses mesmos fieis ficarem a mercê da
própria sorte. Que os amigos religiosos não tomem esse meu posicionamento como
uma afronta, pois não é. Que possam refletir sobre ele e fazer algo que possam
lançá-los como alguém que fez da religião algo positivo para além das quatro
paredes. Que possam fazer desta não um instrumento de repressão, de medo, mas
como suporte para ajudar pessoas.
Diante
desse cenário que todo o ano se repete, fico a me perguntar o que as
instituições religiosas de Altaneira fizeram durante o ano de trabalho social?
Se fizeram algum, é só utilizar esse espaço para relatar. Garanto inclusive um
artigo sobre. Se não....
O
que se percebe no cotidiano é que a religião virou pó. E continua um mercado.
Publicado
originalmente no Blog Negro Nicolau
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