O
pré-candidato à presidência da República, Ciro Gomes (PDT), se contrapôs ao
irmão Cid Gomes (PDT) e afirmou que não vê, a preço de hoje, uma possibilidade
de acordo entre o governador Camilo Santana (PT) e o presidente do Senado,
Eunício Oliveira (PMDB), para a eleição do próximo ano.
Questionado
pelo O POVO, o ex-ministro disse que o “povão não vai entender” a aliança
porque “as diferenças são muito graves” (entre Camilo e Eunício).
Momentos
antes de participar de palestra na Federação das Indústrias do Estado do Ceará
(Fiec) na noite de ontem (05/12), o pedetista relembrou que a ruptura entre o grupo e o
peemedebista foi recente e que a diferença entre os grupos ainda é muito
“funda”. No mesmo evento, porém, Cid admitiu, mais uma vez, a possibilidade de
um reagrupamento.
“Se
houver uma majoritária repulsa a essa aliança, nem vai ser bom para o Eunício
nem vai ser bom para o Camilo, e os dois vão perceber que é melhor caminharem
separados. Se, ao contrário, no tempo devido, houver aceitação, compreensão, e
um apoiamento para isso, pode acontecer”, declarou.
Os
irmãos Ferreira Gomes, no entanto, afirmam que essa aproximação é puramente
administrativa e que a possibilidade de aliança eleitoral ainda não está sendo
discutida. Ciro relatou que a aproximação entre Camilo e Eunício foi avalizada
por ele no momento em que recursos para investimento no Ceará estavam presos em
Brasília.
“Consultado
pelos amigos, eu recomendei a eles que fossem ao presidente do Senado porque
política não pode ser um ato de destruição que tem o povo como vítima. Política
tem que ser um ato de disputa, mas no Ceará há uma tradição de respeito. Não
precisamos ser inimigos”, relatou Ciro.
Cid,
porém, declarou que se a relação administrativa, “que tem o Ceará como
preocupação”, “evoluir para uma aliança política, vai depender fundamentalmente
da disposição dos dois (Camilo e Eunício), de estarem juntos”.
“Eu
não sei a quantas anda essa relação, o entendimento nesse sentido, mas, para
além da disposição dos dois, quem está na política por espírito público, e em
respeito à população, vai ter obviamente que ouvir qual o sentimento da
população”, defendeu o ex-governador.
Também
presente ao evento com empresários, o presidente estadual do PDT, deputado
André Figueiredo, rechaçou possível acordo local para 2018. Segundo ele, há
“graves obstáculos” para a aliança se materializar e que um possível acordo
seria “danoso” para a imagem de Ciro como candidato a presidente porque o PMDB
“representa tudo aquilo” que o grupo combate politicamente.
“Nós teremos muitas
dificuldades de avançar nessa aliança”, argumentou.
Com
informações portal O Povo Online
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