O
governador Camilo Santana (PT) admitiu pela primeira vez que poderá se aliar ao
presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), nas eleições do próximo ano.
Em
visita ao jornal O POVO na manhã de ontem (26/12), Camilo disse que uma união entre os dois ainda
precisa ser discutida e “não pode acontecer simplesmente da minha vontade ou da
vontade do senador. A
nossa parceria tem sido administrativa. Claro que nós vamos ter a oportunidade
de, em 2018, sentarmos”, declarou o governador.
“Mas nada sem dialogar com os
nossos aliados, com os partidos e, principalmente, sentindo da população essa
aproximação”, complementou.
Cada vez mais evidente pelas aparições públicas e agendas
conjuntas pelo interior do Estado, a possibilidade de aliança só havia sido
admitida até agora por Eunício.
A
fala do governador opõe-se à avaliação de um dos seus principais aliados, Ciro
Gomes (PDT). O líder dos Ferreira Gomes já disse que não vê a aliança
acontecendo e que o “povão” não entenderia esse acordo porque “as diferenças
são muito graves (entre Camilo e Eunício)”.
Na
semana passada, foi a vez do ex-governador Cid Gomes apontar dificuldades na
aliança ao negar que houvesse acordo firmado entre o grupo e Eunício. O
pedetista, porém, não descartou a possibilidade.
Assim
como Camilo, Cid defende que a proposta seja “construída” com a base aliada.
Eunício
e Camilo são vistos publicamente desde setembro trocando elogios e sorrisos em
agendas combinadas. Os partidos de oposição, que tinham o presidente do Senado
como uma das principais lideranças e possível nome para disputa, ainda não
decidiram sobre qual nome poderá fazer frente à reeleição de Camilo.
Lideranças
do PMDB e do PT chegaram a afirmar que a aproximação entre os dois seria um
pedido pessoal do ex-presidente Lula ao PT do Ceará. Camilo negou. “Não existe
isso. O partido tem seus interesses em nível nacional. Tenho conversado pouco
com ele, mas teremos a hora de avaliarmos o melhor cenário e as melhores
alianças para 2018”, disse.
Camilo
se mantém cauteloso sobre alianças para o ano que vem. Para
o governador, ainda não é o “momento certo” para esse debate. O petista está
entre dois pré-candidatos: o presidente Lula, aposta única do PT para o pleito
do ano que vem, e Ciro Gomes, que é pré-candidato pelo PDT e um dos principais
apoiadores de Camilo.
“Não
vamos antecipar os problemas e as ansiedades”, desconversa.
“Vamos
aguardar quais serão as candidaturas apresentadas no ano que vem. A partir daí,
a gente vai fazer um debate franco, sincero. Eu tenho um carinho muito grande
pelo Ciro. É um amigo, um parceiro, é uma pessoa preparada. Vamos ter o momento
certo para isso (discussão sobre o apoio)”, afirma.
Com
informações portal O Povo Online
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