Uma
cidade pequena
Bem
simples é sua gente
No
seio do Cariri
Sua
história é envolvente
Os
filhos da terra a chama
Nova
e inteligente.
Cidade
ainda nova
Há
bem pouco emancipada
Bem
no alto da montanha
Está
bem edificada
Cinquenta
e nove anos
Por
sete mil adorada.
Leiam
o meu cordel atualizado sobre a História de Altaneira:
ALTANEIRA
E SUA HISTÓRIA
Ao
leitor peço licença
Para
aqui registrar
A
história d’uma terra
Que
em verso hei de contar
Minha
Altaneira querida
Quero
homenagear.
Foi
Vila Santa Teresa
Está
nos anais escrito.
Um
chão muito abençoado
Seu
nome era seu mito,
Mas
no domínio das rédeas
Estava
Farias Brito.
Farias
Brito de hoje
Quixará
antigamente
Em
um toma lá, dá cá
Perde
e ganha novamente
Do
outro lado Assaré
Torna
a briga mais frequente.
Na
vila de poucas casas
Uma
capela existia
Uma
santa padroeira
Todo
o povo protegia
Um
padre de Assaré
Atendia
a freguesia.
Uma
santa carmelita
Sua
santa padroeira
Santa
Teresa de Ávila
Uma
estátua em madeira
Elpídio
Ricardo doa
Provando
fé verdadeira.
Manoel
Pinheiro Almeida
Prefeito
Municipal
Da
cidade Quixará
Homem
de potencial
Quis
emancipar a vila
E
teve apoio total.
O
padre da freguesia
Davi
Augusto Moreira
Intelectual
de nome
De
família hospitaleira
Deu
a mais nova cidade
O
nome de Altaneira.
Na
convenção do partido
Em
um palanque armado
O
candidato a prefeito
Foi
ali assassinado,
Mas
Francisco Fenelon
Deu
conta do seu recado.
E
em cinquenta e oito
Foi
por lei e por decreto
Dada
a autonomia
E
polo voto direto
Altaneira
conquistou
Glória
e poder completo.
Um
município pequeno
De
baixa economia
De
dificuldades tantas
Como
tudo principia,
Mas
de um povo dotado
De
muita sabedoria
Com
um distrito somente
Conta
a população
Donde
se extrai a cal
Com
extensa produção
Padroeiro,
São Francisco,
Mas
o nome é São Romão.
As
terras de Altaneira
Seguindo
a mesma linha
Conta
com pequenos sítios
Um
a um se avizinha
Tem
a Serra do Valério,
Taboleiro,
Taboquinha.
Quem
não sabe onde começa
Não
sabe onde se finda
Sítio
Poças agradece
Também
dá a boa vinda
É
a emenda das duas
Altaneira
– Nova Olinda.
E
se falando em saúde
Churumelas
não aceite
A
saúde desta terra
Era
simples, sem enfeite.
O
hospital era da
Fundação
Furtado Leite.
O
seu povo padeceu
Um
período tão sofrido
Fechado
o hospital
E
Eluizo Corrido
Tudo
ficava nas mãos
Do
“quase” doutor, Seu Quido.
A
água, bem natural,
Para
toda criatura,
Mas
em Altaneira, não!
Só
sofrer e amargura
Para
salvação do povo
Cacimbão
da Prefeitura.
Lavação
de roupa suja
No
rumo de Assaré
Num
terreno sem tamanho
Aberto
a quem quiser.
Só
no Açude Barragem
Dois
quilômetros a pé.
Mulheres
lavando roupa,
Criancinhas
a brincar,
Homens
carregando água
Roupas
no mato a quarar,
Maria
Caxuxa doida
Perturbando
sem parar.
Três
dias do mês de junho
Depois
das águas de maio
Se
fazia vaquejada
Muito
boa, sem ensaio.
Dr.
Eluizo a frente
Depois
Afonso Sampaio.
Em
outubro, nove noites
São
dedicadas a santa
Padroeira
da cidade
Um
festejo que encanta
Santa
Teresa de Ávila
Toda
Altaneira canta.
A
fé sempre foi a mesma
Desde
o Padre Sabino,
Depois
Padre Agamenon
Tão
dedicado ao divino
Até
criar-se a paróquia
Pelo
Padre Adelino.
Tudo
isto na matriz
Pois
na capela inicial
São
José é festejado
Com
dedicação total,
Mas
a festa ganhou forma
Foi
com Vileci Vidal.
Já
em campanha política
Tem
um povo sem igual
O
eleitor participa
Até
chegar ao final
Pra
ver o seu candidato
Prefeito
municipal.
De
Paletó e Felipe,
Digo
sem haver enganos,
O
nosso eleitorado
Foi
dividido há anos.
Hoje
uns são pés-de-boi
E
os outros são tucanos.
A
educação está
Seguindo
o seu destino
As
escolas vem há muito
Ampliando
o seu ensino
Escola
Santa Tereza,
Escola
Joaquim Rufino.
A
18 de Dezembro
Dá
conta do seu recado
Ensino
Fundamental
Sempre
bem qualificado
Escola
Fausta Venâncio
Prepara
o alunado.
Tudo
está diferente
Neste
momento atual
Prefeitos
que se seguiram
Fizeram
o hospital
E
a Euclides Nogueira
A
honra especial.
Água
tem em abundância
Para
usar a vontade
O
Açude Pajeú,
A
grande felicidade
Uma
légua de açude
Mantém
a comunidade.
Da
memória do seu povo
A
historia não apaga.
As
vaquejadas agora
Não
tem mais a mesma saga
Chico
Alencar foi trocado
Por
João Almeida Braga.
Pertenceu
a Nova Olinda
Quando
ainda Capela,
Mas
hoje é Paróquia
Tem
padre próprio que zela.
A
matriz foi reformada
Ficou
espaçosa e bela.
Altaneira
cresceu muito
Deu
um salto bem a frente
Tem
um povo preparado
De
atitude decente
Por
isso o povo a chama:
Nova
e inteligente.
O
orgulho do seu povo
Sabedoria,
grandeza
Vem
da história de luta
Dum
povo que tem certeza
Ter
as bênçãos derramadas
Da
Virgem Santa Teresa.
O poeta altaneirense Francisco
Adriano de Sousa é presidente
da Academia de Letras do Brasil/Seccional Araripe-CE
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