A
entrevista de Geraldo Alckmin a Mariana Godoy, na Rede TV, é o tucanismo em
seus mais típico comportamento: o muro. Ele
sugere que o “desembarque” do PSDB do Governo é mera formalidade:
“O
PSDB não vai virar oposição, de jeito nenhum; nós temos responsabilidade e,
para votar medidas que nós entendemos que é de interesse do povo brasileiro,
que vai ajudar o Brasil a sair da crise, nós não precisamos ter ministérios,
vamos apoiar da mesma forma” disse o governador paulista
Então,
ficamos assim: se não se opõem às políticas do governo Temer, porque raios
estariam saindo governo Temer?
O
paradoxo verbal revela a verdade real: Alckmin quer ser o candidato do Governo.
Portanto, o candidato de Temer, mas não quer este rótulo fatal.
Temer,
por seu lado, manobra para criar seu “salvo-conduto” pós governo, e se dispõe a
guardar seu ódio a Alckmin, bem registrado hoje na Folha por Igor Gielow:
Temer
não esquece que Alckmin não trabalhou em seu favor na votação das duas denúncias
da Procuradoria-Geral da República que derrubou na Câmara, além de sempre ter
sido contra a presença de ministros do PSDB na Esplanada.
O
jogo é jogado sempre tendo em mente que a população pode ser facilmente
engambelada, com a mídia e as máquinas partidárias.
Afinal,
o apoio de Temer não é um trunfo, mas um “mico” eleitoral.
O
discurso de serenidade que Alckmin adota – um ponto de inegável superioridade
dele em relação a João Dória – dificilmente sustentará ao longo dos 11 meses
que restam até as eleições as defesas contra o fato de “ser o candidato do
Temer”.
É
provável que não venha a ter essa condição única, porque o ‘centrão’ não quer
ficar debaixo das asas tucanas.
O
fato objetivo é que a candidatura Alckmin ganha força no mundo da articulação
política.
Começa
agora uma operação para mostrar que pode ganhar votos da população, fora de São
Paulo, onde os terá.
No
resto do Brasil, não tem. E, com temer, será mais difícil conseguir.
Publicado
originalmente no portal Tijolaço
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