Possível
aliança entre o governador Camilo Santana (PT) e o presidente do Senado Eunício
Oliveira (PMDB) já é admitida por petistas, mesmo pelos que compõem ala
considerada mais radical do partido.
O acordo, porém,
estaria condicionado a uma mudança de lado de Eunício por meio de um mea culpa
ou de comprometimento com a revogação das medidas aprovadas pelo governo Michel
Temer (PMDB), além do apoio a Lula à Presidência.
O
principal impedimento ao palanque PT-PMDB foi o apoio da legenda de Eunício ao
impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), chamado pelos petistas de
“golpe”, além de projetos de Temer aprovados no Congresso classificados como
“retirada de direitos”.
Um
dos nomes da sigla no Ceará mais críticos à composição, o vereador Guilherme
Sampaio afirmou que “se ele (Eunício) fizer um mea culpa, disser que se
arrependeu”, a aliança pode ser discutida. Ele não havia, antes, considerado um
condicionante ao acordo.
“Não
faz sentido agora nós compormos uma aliança estratégica da chapa majoritária
com ele só por tática eleitoral. Isso não ajuda a recuperar a credibilidade do
PT e, salvo um reconhecimento público do Eunício de que cometeu um erro e quer
reparar, não tem nenhuma lógica política”, ponderou. Ele esclareceu que o PT
não tem discutido esse assunto oficialmente e que “nem o próprio governador
admitiu isso publicamente” e voltou a cobrar “clareza” da legenda.
Militante
do PT no grupo da deputada Luizianne Lins e primeiro-suplente de Eunício,
Waldemir Catanho disse que a revogação das políticas de Temer e a eleição de Lula
são a prioridade da sigla. “Vamos estar juntos de quem estiver comprometido com
esse projeto do PT, mesmo que eventualmente tenha sido considerado golpista”.
Ele
destacou, porém, que é contrário à aliança porque o senador Eunício ajudou a
aprovar as medidas de Temer. “Acho muito difícil que ele venha a se comprometer
em desmanchar tudo que ajudou a fazer”, explicou.
Quem
também admite composição é a deputada estadual Rachel Marques. “Nós temos dois
focos bem definidos: a eleição de Lula e reeleição de Camilo Santana. Em cima
disso, os apoios a essa estratégia serão bem-vindos”, disse.
O
presidente estadual do PT De Assis Diniz preferiu não comentar possibilidade de
aliança, admitida pelo senador no evento “Juntos por Fortaleza”, na última sexta-feira,
17, em que ele esteve ao lado de Camilo.
Ele disse que isso será discutido em
dezembro em reunião do diretório nacional. Postura é a mesma adotada pelo
deputado federal José Guimarães.
Quem
adotou discurso firme contrário ao palanque unido foi o ex-vereador Deodato
Ramalho. “Me parece deseducativo à sociedade, passa uma ideia de que não
conseguimos evoluir politicamente”, avaliou.
Já o vereador Acrísio Sena disse
que sua posição é a mesma aprovada em congresso nacional do PT, em julho, quando
sigla decidiu não se aliar com “golpistas”.
Com
informações portal O Povo Online
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