Os
elogios e os sorrisos trocados publicamente entre Eunício Oliveira (PMDB) e Camilo
Santana (PT) não são suficientes para fazer o ex-ministro Ciro Gomes (PDT)
acreditar na aliança entre dois nas eleições de 2018.
“Não vejo isso
acontecendo”, disse o pré-candidato à Presidência da República ao ser
questionado, mais uma vez, sobre a aproximação. A declaração foi dada ontem (20/11),
antes da palestra do ex-governador no Seminário Internacional de Logística, no
Centro de Eventos.
Na
última semana, Eunício admitiu pela primeira vez a possibilidade de aliança com
Camilo durante evento no Palácio da Abolição. O governador, que tem insistido
em dizer que a aproximação tem caráter “institucional”, preferiu não comentar o
assunto. União já tem sido admitida pela base do governo na Assembleia
Legislativa.
Ciro,
líder do grupo do governador, mantém a negativa desde quando a proximidade
entre o Eunício e Camilo começou a vir à tona. A união já foi classificada como
“muito improvável” pelo ex-ministro, que considerou que a aliança poderia ser
considerada “estranha” pela população.
Diante
da possível saída de Eunício, a oposição se movimenta em busca de um nome para
fazer frente a Camilo em 2018. O senador Tasso Jereissati (PSDB), que chegou a
ser cogitado para a disputa, atacou o governador ao dizer que ele era “mandado”
pela “oligarquia” Ferreira Gomes. A declaração provocou reação de Ciro, que
devolveu a acusação ao dizer que o grupo de Tasso é uma oligarquia.
Ontem,
o ex-ministro voltou a comentar o bate-boca com o senador tucano. “Não sou
ninguém para perdoar o Tasso”, disse ontem Ciro em referência à troca de
ofensas protagonizada pelos dois.
Pré-candidato
à Presidência da República, Ciro não cita alianças para a disputa do ano que
vem e diz que o cenário ainda não está posto. “O País tem vivido um drama em
que premissas centrais não estão dadas”, disse o ex-ministro, destacando que
isso o tem feito “correr sozinho”. Ao comentar sobre o cenário das próximas
eleições, ele aproveita para atacar prováveis adversários na disputa, como o
PSDB.
O
ex-ministro critica a postura do partido tucano de desembarcar do governo
Temer, que estava recebendo o apoio da sigla desde o impeachment de Dilma
Rousseff (PT). “O PSDB vai fazer o que em relação ao apoio do governo Temer, o
golpe e essa agenda impopular? Vai simular que não era (aliado), rompendo de
forma oportunista, eleitoreira, na véspera da eleição?”, questiona Ciro.
Citando
a dificuldade de imaginar cenários nas eleições de 2018, ele cita o
ex-presidente Lula, cuja candidatura, para ele, é incerta. “O Lula é ou não é
candidato? Todo o pensamento político que eu converso acha que o Lula não será
candidato”, diz Ciro, que pode se beneficiar politicamente se o ex-presidente
petista não se candidatar em 2018.
Convidado
para palestrar sobre a atual conjuntura econômica do País, Ciro criticou as
medidas tomadas pelo governo Temer no setor, classificadas por ele como
decisões de “sessentões que não leem”, citando o ministro da fazenda Henrique
Meirelles.
Os
números comemorados pelo Governo na economia, para Ciro, são “falseados”. “A
depressão econômica é tão grande que a importação despencou. Você tem superávit
importante da balança comercial mas na hora que o País cresce qualquer coisinha
o desequilíbrio estrutural aparece e voo de galinha se revela”, disse.
O
enxugamento da reforma da Previdência e as movimentações de Temer para aprovar
as mudanças ainda este ano também foram alvo de críticas de Ciro.
Para
ele, a mudança na proposta é um recuo do governo. “É a convicção de que essa
reforma é intolerável”, disse.
Com
informações portal O Povo Online
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