Rodrigo
Prando, cientista político da Mackenzie, avalia que essas ações remontam à base
tradicionalista e patriarcal da política brasileira (Foto: Divulgação)
|
Mantendo
“tradição” histórica no Estado, três das principais lideranças políticas do
Ceará foram buscar em casa os sucessores de seus legados eleitorais. Nos
últimos dias, o presidente do Senado Federal, Eunício Oliveira (PMDB), tem
comunicado a aliados que irá lançar o filho, o engenheiro civil Rodrigo
Oliveira, candidato a deputado federal no próximo ano.
Além
dele, também estão no páreo o secretário da Regional VI de Fortaleza, Antônio
José Albuquerque (PP), e o secretário de Desenvolvimento Econômico da Capital,
Mosiah Torgan (DEM). O primeiro é filho do presidente da Assembleia
Legislativa, Zezinho Albuquerque (PDT), e o segundo do ex-deputado federal e
hoje vice-prefeito de Fortaleza, Moroni Torgan (DEM).
Duradoura
no Estado, a prática de pais “passando o bastão” para filhos não é exclusiva do
Ceará e remonta à base tradicionalista e patriarcal da política brasileira. É o
que avalia o cientista político Rodrigo Prando, da Mackenzie. “As decisões
políticas ainda estão muito centradas nos homens mais velhos, basta ver o
Congresso”.
“Em
sociedades onde a dinâmica econômica depende menos do mercado e mais da força e
presença do Estado, acabam centralizando muito o poder figuras como a dos
prefeitos, deputados, senadores”, avalia o pesquisador.
“Então
você acaba tendo famílias formando verdadeiros clãs políticos, que se perpetuam
no poder através de uma política tradicionalista, patriarcal e muitas vezes
patrimonialista”, diz Prando.
Como
o anúncio aberto das candidaturas poderia despertar tensões entre aliados e até
a atenção da Justiça, articulações pelas candidaturas ainda seguem restritas
aos bastidores, mas com a proximidade do ano eleitoral, tradicionais lideranças
do Estado já caíram na estrada acompanhados de seus sucessores políticos.
Nas
últimas semanas, por exemplo, o deputado Agenor Neto (PMDB) tem percorrido
diversos municípios do Sertão Central com o filho, o pré-candidato Ilo Neto. Já
Antônio José Albuquerque tem, aos fins de semana, participado da entrega de
ações de prefeitos aliados e se reunido com o pai e lideranças políticas do
Interior.
Apesar
de os herdeiros serem quase sempre jovens, Rodrigo Prando destaca que isso nem
sempre representa “renovação”.
“Colocar
alguém novo, mas indicado pelo pai para seguir os mesmos passos dele, não
representa renovação, mas simplesmente uma continuidade mascarada” afirma.
Nesta
empreitada, por mérito próprio, tem se destacado o ex-prefeito de Brejo Santo, Guilherme
Landim, que deve disputar vaga aberta com o falecimento prematuro de seu pai, o
ex-deputado Wellington Landim.
Confiram
alguns dos “Herdeiros” notórios:
Bruno
Gonçalves: O deputado estadual é filho do prefeito de Eusébio, Acilon
Gonçalves.
Domingos
Neto: Filho do ex-deputado Domingos Filho, foi o mais votado na 1ª eleição, em
2010.
Fernanda
Pessoa: Filha do vice-prefeito de Maracanaú e líder da atual oposição no estado
Roberto Pessoa.
Gony
Arruda: É herdeiro político de Esmerino Arruda em um dos mais tradicionais
grupos políticos do Estado.
Ilo
Neto: É filho do deputado estadual e ex-prefeito de Iguatu, Agenor Neto, pode
sair candidato em dobradinha com o pai.
Iraguassú
Filho: Até a última eleição o decano da Câmara Municipal, o ex-vereador Iraguassú
Teixeira “passou bastão” ao filho.
Pedro
Geromel: Filho do prefeito de Juazeiro do Norte, Arnon Bezerra, deve disputar
vaga na Câmara Federal.
Renan
Colares: O ex-secretário e hoje vereador de Fortaleza é filho do deputado
estadual Fernando Hugo, do PP.
Sérgio
Aguiar: O atual deputado estadual ocupa cadeira que o pai, o ex-conselheiro do
TCM Chico Aguiar, ocupou na Casa.
Com
informações portal O Povo Online
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A Administração do Blog de Altaneira recomenda:
Leia a postagem antes de comentar;
É livre a manifestação do pensamento desde que não abuse ou desvirtuem os objetivos do Blog.