Lula e Manuela no Congresso do PCdoB (Foto: Richard Silva) |
O
ex-presidente Lula disse ontem (19/11) que “não vai ser difícil” ganhar a eleição
presidencial de 2018, mas defendeu mudança de estratégia dos partidos de
oposição para barrar as propostas do governo Temer no Congresso. Durante o 14º
Congresso do PCdoB, em Brasília, ele avaliou que a esquerda está “fragilizada”,
pois não conseguiu impedir o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a
aprovação de propostas como a reforma trabalhista.
Lula
compareceu ao evento da legenda historicamente aliada após a pré-candidatura da
deputada gaúcha Manuela D’Ávila à Presidência da República ter sido lançada.
O
petista afirmou que isto “não deixa rusgas” na relação do PT com o PCdoB. Esta
é a primeira vez, desde 1989, que as siglas podem disputar a presidência
separadas. “Qualquer partido de esquerda pode lançar candidatura para a
eleição, mas é preciso ir junto para a rua”, destacou.
O
petista considerou legítimo que outros partidos também lancem candidatos,
inclusive um de seus principais adversários, o deputado Jair Bolsonaro
(PSC-RJ). “Não podem dizer que Lula é de extrema esquerda, que Bolsonaro é de
extrema direita, e que é preciso achar o caminho do meio. Quem convive com Bolsonaro
sabe quem ele é, que é mais do que extrema direita, mas ele também tem direito
de ser candidato.”
Em
um discurso de 40 minutos, o ex-presidente atacou eventual candidatura do
tucano Geraldo Alckmin como representação do “centro” e voltou a criticar o
senador Aécio Neves (PSDB-MG). “A urna não pode receber ordem, tem que receber
voto. O seu Aécio, que plantou vento, está colhendo tempestade. Então,
companheiros, temos muita coisa para fazer. Eu, inclusive, acho que não é
difícil ganhar essas eleições, não é difícil”.
Na
avaliação do ex-presidente, o governo Temer é “fraco”, mas tem apoio da maioria
do Congresso. “Nunca vi tanto deputado reacionário, tanto troglodita, e se não
tomarmos cuidado vai piorar na próxima eleição”, disse. Um militante da plateia
gritou que solução seria “pegar em armas”, e ele respondeu, rindo, que era
melhor “nem falar isso”. “Eu não sei usar (armas).”
Lula
voltou a desafiar os procuradores e o juiz federal Sergio Moro “a provar um
real de sua vida que não seja legal”. Para Lula, os investigadores inventaram
mentiras sobre ele, e agora “não conseguem mais sair”.
“Se
tem político com rabo preso por causa do que a Operação Lava Jato está fazendo,
eu não tenho rabo para prender. Não estou acima da lei, só quero respeito”,
disse. “Quando a polícia entra na casa de alguém, adora mostrar dinheiro, joia,
mas quando entra na minha e dos meus quatro filhos, revira tudo, levanta
colchão, e não encontra nada, esses sacanas deveriam ter coragem de chamar a
imprensa e dizer que na casa do Lula não tinha nada”, afirmou.
No
discurso, Lula disse que, se não fosse pela sua teimosia e a do PT, não teria
chegado à Presidência da República. E que provou que era possível a esquerda
transformar este País, citando melhorias em salário, educação e na própria
inserção do Brasil no exterior.
Lula
disse ainda não possuir os R$ 24 milhões que a Procuradoria da República
pretende bloquear. Em pedido à Justiça, no âmbito da Operação Zelotes, os
procuradores pediram para confiscar R$ 21,4 mi em bens do petista e mais R$ 2,5
mi de seu filho, Luiz Cláudio.
Com
informações portal O Povo Online
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