Em
meio a pressões da ala governista do partido tucano, Aécio Neves (MG) destitui
Tasso Jereissati do cargo de presidente interino do PSDB na tarde de ontem. O
caso agrava e expõe, ainda mais, a crise que vive a sigla desde a denúncia
envolvendo o senador mineiro em caso de corrupção, em maio.
Aécio
alega que a decisão é para garantir a “isonomia” entre os candidatos que
disputarão o comando da sigla, em dezembro. Usando do estatuto da legenda, ele
indicou para o cargo o ex-governador de São Paulo Alberto Goldman, que é o mais
velho entre os vice-presidentes da sigla.
Tasso
defende que o partido deve desembarcar imediatamente do governo Michel Temer
(PMDB), o que tem enfrentando resistência de Aécio e aliados, que argumentam
que a saída não deve ser tão imediata.
Diante
do impasse, ganha força a tese de se buscar um terceiro nome de consenso para
presidir o PSDB.
Em
entrevista coletiva, Tasso afirmou que a atitude, na verdade, expõe a
insatisfação de Aécio com a candidatura do senador cearense à presidência da
sigla. “Temos hoje diferenças muito profundas. São diferenças conhecidas, desde
o comportamento político, comportamento ético, visão de governo, fisiologismo
deste governo”, detalha.
Tasso
relatou que o mineiro o procurou para que ele entregasse o cargo, o que foi
recusado. “Eu preferia que ele me afastasse do que eu mesmo pedir
(afastamento), para ficarem bem nítidas as diferenças”, diz.
O
senador cearense disse ainda que o Palácio do Planalto influenciou no ato de
Aécio, que alegou sofrer “pressão”, sem detalhar de quem.
Para
jornalistas, o senador Aécio Neves disse que a decisão foi “absolutamente legítima”,
“natural” e “necessária”. “Temos dois grandes nomes disputando a presidência, e
agora Goldman conduzirá esse pleito com a isenção necessária.”, disse.
Internamente,
a decisão de Aécio provocou reações em quadros considerados fundamentais na
sigla. Segundo interlocutores do senador cearense, Tasso conversou por telefone
com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que teria demonstrado
“perplexidade”.
O
ex-presidente interino recebeu telefonemas de tucanos de vários Estados, entre
eles Geraldo Alckmin. “Eu não fui consultado. E, se fosse, teria sido contra,
porque não contribui para a união do partido”, disse o governador paulista em
nota.
Ligado
a Aécio, o deputado federal Marcus Pestana (MG) usou a tribuna da Câmara para
defender a decisão do senador mineiro. Ele afirmou que o partido vive uma
“autofagia” em público e que Tasso foi presidente apenas de uma facção na
legenda. Adversário de Tasso na disputa pela liderança do partido, Perillo
disse que seria “antiético” se não houvesse a destituição de Tasso.
Com
informações portal O Povo Online
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