Assembleia Legislativa do Ceará aprovou projeto que altera organização do Judiciário (Foto: Máximo Moura) |
Com
mudanças no texto original, a Assembleia Legislativa do Ceará aprovou ontem (31/10)
projeto de lei que reorganiza o Judiciário no Estado, proposto pelo Tribunal de
Justiça (TJ-CE). Foram
31 emendas aceitas que, entre outras mudanças, garantem que as audiências sejam
realizadas em comarcas vinculadas, evitando deslocamentos para outras cidades. O texto agora segue para sanção do governador Camilo Santana (PT).
As
zonas judiciárias, que hoje são nove, passarão a 14. Em cada uma delas, deverá
haver um juizado especial para o combate à violência contra a mulher. O texto
também garante a criação de 19 unidades judiciárias nas comarcas com o maior
número de processos acumulados. Em municípios que superarem os 50 mil
habitantes, o Judiciário deverá criar uma segunda unidade.
Também
foi decidido que, até julho de 2018, 60% dos processos serão eletrônicos. Essa
porcentagem deve ser aumentada gradativamente até chegar na totalidade dos
processos em 2020.
A
proposta inicial do TJ-CE seria eliminar 34 comarcas no Estado, que virariam
termos judiciários. Após pressão, o tribunal modificou a proposta até chegar ao
número de 16 comarcas-sede sendo rebaixadas a vinculadas. Foi essa mensagem,
alterada, que foi reenviada para a AL.
A
Corte adotou discurso de “aglutinação” e “redistribuição de tarefas”, evitando
falar em “redução de comarcas”. A justificativa era de que as mudanças iriam
“otimizar a prestação jurisdicional”.
“Estamos
apenas organizando as comarcas no Interior do Ceará, agrupando comarcas para
que cada juiz fique com algo em torno de 1.000 a 1.500 processos”, explica
Elmano de Freitas (PT), relator da matéria na AL.
Apesar
de já ter admitido anteriormente que poderia ser feito “muito mais” com
orçamento garantido, Elmano destaca que, no PL, “todos os municípios terão uma
comarca” garantida.
Inicialmente,
o projeto de lei do TJ-CE também previa dividir especialidades dos juizados
especiais cíveis e criminais em Fortaleza. Com isso, dos 24 juizados, 22 seriam
especializados em processos civis e apenas dois juizados seriam criminais.
A
proposta chegou a ser criticada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE),
que disse que a medida traria dificuldades para o acesso dos cidadãos.
Ao
comentar a aprovação do projeto, o advogado Marcelo Mota, presidente da OAB-CE,
destaca o longo caminho percorrido para evitar, “como ponto crucial”, a
“extinção de qualquer comarca” no Ceará — como previa a primeira mensagem do
TJ-CE.
“Não
queríamos isso. Já temos um Judiciário lento. Precisa ter maior capilaridade no
Ceará e estar sempre próximo ao povo”, argumenta Marcelo.
O
resultado, porém, não é o ideal, avalia. Ele entende que “não era preciso”
rebaixar 11 comarcas-sede a vinculadas. “Não traz redução de custo, segundo o
TJ-CE. Poderíamos estar evoluindo e não retrocedendo. Poderíamos ter criado 11
varas (ao invés de 11 comarcas vinculadas)”, diz. Segundo
Mota, a possibilidade de Adin deve ser discutida com o Conselho Estadual da
OAB-CE.
Procurada,
a assessoria de comunicação do TJ-CE informou que só vai se pronunciar sobre as
mudanças após a sanção do governador.
Com
informações portal O Povo Online
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