Se
oficialmente a aliança entre Camilo Santana (PT) e Eunício Oliveira para 2018
ainda é tratada como uma “possibilidade”, na Assembleia Legislativa a
composição já é dada como certa pela base e, por outro lado, criticada pelos
deputados de oposição na primeira sessão da Casa após evento que reuniu o
governador e o presidente do Senado na última sexta-feira, (17/11).
Quem
trouxe o tema à tona foi Fernando Hugo (PP), que fez discurso elogioso ao que
chamou de “aliança política produtiva” entre ambos.
“É uma dádiva da política a
presença de Eunício Oliveira, que quer o melhor para a Cidade e para o Estado”,
disse. Segundo ele, “em nome da cearensidade”, todo “rancor” que existir entre
ambos “deve ser perdoado”.
O
pronunciamento foi seguido por mais falas comemorativas. Até Ely Aguiar (PSDC),
da oposição, disse esperar que o acordo “gere bons frutos”.
A
avaliação da base é de que a “aliança institucional” entre ambos é benéfica
para o Estado, facilitando a conversão em palanque eleitoral. Os deputados
favoráveis minimizam “contradição” do acordo, apontada por críticos.
“A
política é contraditória. Dificilmente você consegue manter alguns princípios
de quando você entrou até quando sai, porque uma hora ou outra você vai ter que
se aliar com quem um dia foi adversário”, resumiu o líder do governo Evandro
Leitão. Ele afirmou que defenderá aliança “se for para o bem do Estado do
Ceará”.
Quem
também amparou a composição foi o petista Dr. Santana. Segundo ele, “existe uma
parceria institucional pelo Ceará que dá resultados positivos e pode se
transformar numa aliança eleitoral”.
Em aparte ao pronunciamento dele, Danniel
Oliveira (PMDB), sobrinho de Eunício, reiterou que acordo traz “benefícios” à
população. “Não é uma aliança política, talvez seja, mas é uma aliança
administrativa para ajudar o Ceará e Fortaleza”, disse.
Na
sexta-feira, o senador admitiu pela primeira vez que a composição com Camilo
poderia acontecer com vistas a 2018. Camilo permanece sem comentar o tema.
A
postura de Eunício é critica por Heitor Férrer (PSB) que faz oposição a Camilo.
“Eles se acomodam de maneira muito fácil pensando em facilitar as eleições
porque isso fragiliza muito a oposição, obviamente sem um candidato que tenha
um eleitorado consolidado. A oposição tem agora que se reinventar”, analisa.
Heitor
afirma que o PMDB, dentro da Casa, já não possui uma postura de oposição. “A
oposição está minguando, isso é notório”, conclui.
Já o deputado Odilon Aguiar (PMB) disse que Eunício está “pecando” por não deixar
posição clara. “Na política a gente aprende que se tem lado. Isso está
confundindo o eleitor que almeja uma oposição no Ceará”, acusou.
Renato
Roseno (Psol) tem opinião semelhante. “O que estamos vendo nessa aliança entre
Camilo e Eunício é a absoluta descaracterização de quaisquer convicções
políticas, quer dizer: não há valores, não há convicções”. Ao lado de Heitor
Férrer (PSB), eles foram os únicos que criticaram o possível acordo.
Com
informações portal O Povo Online
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