22 de novembro de 2017

Aproximação entre Camilo e Eunício já influencia debates da Assembleia

Se oficialmente a aliança entre Camilo Santana (PT) e Eunício Oliveira para 2018 ainda é tratada como uma “possibilidade”, na Assembleia Legislativa a composição já é dada como certa pela base e, por outro lado, criticada pelos deputados de oposição na primeira sessão da Casa após evento que reuniu o governador e o presidente do Senado na última sexta-feira, (17/11).

Quem trouxe o tema à tona foi Fernando Hugo (PP), que fez discurso elogioso ao que chamou de “aliança política produtiva” entre ambos. 


“É uma dádiva da política a presença de Eunício Oliveira, que quer o melhor para a Cidade e para o Estado”, disse. Segundo ele, “em nome da cearensidade”, todo “rancor” que existir entre ambos “deve ser perdoado”.

O pronunciamento foi seguido por mais falas comemorativas. Até Ely Aguiar (PSDC), da oposição, disse esperar que o acordo “gere bons frutos”.

A avaliação da base é de que a “aliança institucional” entre ambos é benéfica para o Estado, facilitando a conversão em palanque eleitoral. Os deputados favoráveis minimizam “contradição” do acordo, apontada por críticos.

“A política é contraditória. Dificilmente você consegue manter alguns princípios de quando você entrou até quando sai, porque uma hora ou outra você vai ter que se aliar com quem um dia foi adversário”, resumiu o líder do governo Evandro Leitão. Ele afirmou que defenderá aliança “se for para o bem do Estado do Ceará”.

Quem também amparou a composição foi o petista Dr. Santana. Segundo ele, “existe uma parceria institucional pelo Ceará que dá resultados positivos e pode se transformar numa aliança eleitoral”. 

Em aparte ao pronunciamento dele, Danniel Oliveira (PMDB), sobrinho de Eunício, reiterou que acordo traz “benefícios” à população. “Não é uma aliança política, talvez seja, mas é uma aliança administrativa para ajudar o Ceará e Fortaleza”, disse.

Na sexta-feira, o senador admitiu pela primeira vez que a composição com Camilo poderia acontecer com vistas a 2018. Camilo permanece sem comentar o tema.

A postura de Eunício é critica por Heitor Férrer (PSB) que faz oposição a Camilo. “Eles se acomodam de maneira muito fácil pensando em facilitar as eleições porque isso fragiliza muito a oposição, obviamente sem um candidato que tenha um eleitorado consolidado. A oposição tem agora que se reinventar”, analisa.

Heitor afirma que o PMDB, dentro da Casa, já não possui uma postura de oposição. “A oposição está minguando, isso é notório”, conclui.

Já o deputado Odilon Aguiar (PMB) disse que Eunício está “pecando” por não deixar posição clara. “Na política a gente aprende que se tem lado. Isso está confundindo o eleitor que almeja uma oposição no Ceará”, acusou.

Renato Roseno (Psol) tem opinião semelhante. “O que estamos vendo nessa aliança entre Camilo e Eunício é a absoluta descaracterização de quaisquer convicções políticas, quer dizer: não há valores, não há convicções”. Ao lado de Heitor Férrer (PSB), eles foram os únicos que criticaram o possível acordo.

Com informações portal O Povo Online

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