Na
semana em que o senador Tasso Jereissati (PSDB) rejeitou possibilidade de
disputar Governo do Estado em 2018, lideranças do PMDB e PT sinalizam
aproximação entre as siglas em diversos estados, o Ceará entre eles.
Por
aqui, dirigentes, apesar de admitirem que conjuntura atual fortalece
possibilidade de aliança, divergem sobre “preferência” dos partidos para a
disputa.
A
intenção da executiva nacional do PMDB é buscar alianças regionais com o PT em,
pelo menos, oito estados, com base na campanha para governador – estratégia
para manter as maiores bancadas no Congresso. Além do Ceará, há negociações em
Minas Gerais, Paraná, Alagoas, Piauí, Sergipe, Tocantins e Goiás.
De
lados opostos desde o impeachment de Dilma Rousseff (PT), em 2016, o retorno da
união, ainda que cedo, tem portas abertas. Segundo o senador Romero Jucá,
presidente nacional do PMDB, “não há nenhum tipo de proibição” para alianças
regionais com qualquer partido, visto que “cada Estado tem uma realidade
diferente”.
A
abertura declarada dá força também à tese de aliança no Ceará entre Eunício
Oliveira (PMDB), presidente do Senado, e o governador Camilo Santana (PT).
“O
PMDB é plural. Não tem essa história de não poder fazer aliança com A ou com
B”, diz Eunício, que já se declarou “eleitor de Lula” ao O POVO.
Presidente
interino do PMDB no Ceará, Gaudêncio Lucena concorda que legenda é
“historicamente plural” – o que, para ele, é o que tornou a sigla “a maior do
País”.
Ele
afirma, contudo, que, como comandante local, a “preferência” ainda é de aliança
com o PSDB, “porque é um partido de centro”, ou com “candidatos que estejam
alinhados no âmbito de alianças entre PR, PSD ou SD”.
“É
a prioridade. Agora, na política, tudo é possível”, contemporiza Gaudêncio.
Ao
mesmo tempo, o dirigente reconhece que a migração da bancada peemedebista para
a base de Camilo na Assembleia Legislativa – que “se elegeu como oposição” mas
foi “cooptada pelas benesses” do Governo – pode ser um fator de mudança nessa
“preferência”. “Isso sempre aconteceu, mas hoje tem maior intensidade”, afirma.
O
vereador Guilherme Sampaio (PT), ligado ao grupo da deputada federal Luizianne
Lins, nega proximidade com o PMDB por parte da executiva estadual petista. Para
ele, a aliança entre as duas siglas pode “colocar em risco a integridade” do
PT.
“A
população não compreenderia isso, logo depois de o PT ter denunciado, com tanta
força, o golpe dado na presidente Dilma. O PT ainda precisa se recompor”,
argumenta o vereador. Ele avalia que, mesmo que peemedebistas reconheçam erro e
apoiem Lula em 2018, “a política hoje é outra”.
Com
informações portal O Povo Online
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