Plenário do Senado Federal na Sessão de ontem (Foto: Marcos Oliveira) |
O
plenário do Senado decidiu ontem (17/10) reverter a decisão da Primeira Turma do Supremo
Tribunal Federal (STF) e, com isso, pôs fim ao afastamento parlamentar do
senador Aécio Neves (PSDB-MG), que havia sido imposto pelos ministros da Corte
no último dia 26.
Com
os votos de 44 senadores contra a manutenção das medidas cautelares e de 26
favoráveis, os parlamentares impediram o afastamento de Aécio, o seu
recolhimento domiciliar noturno e reverteram a obrigação de entregar o
passaporte. Não foram registradas abstenções.
A
votação ocorre após a maioria dos ministros do STF decidir, na semana passada,
que o tribunal não pode afastar parlamentares por meio de medidas cautelares
sem o aval do Congresso Nacional. No fim de setembro, a Primeira Turma da Corte
havia decidido, por 3 votos a 2, afastar Aécio do exercício do mandato ao
analisar pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito em que o
tucano foi denunciado por corrupção passiva e obstrução de Justiça, com base
nas delações premiadas dos executivos da J&F.
Antes
de abrir o painel para a votação, o presidente do Senado, Eunício Oliveira
(PMDB-CE), concedeu a palavra para cinco senadores favoráveis e cinco
contrários à decisão do Supremo. Para Jader Barbalho (PMDB-PA), os ministros do
STF tomaram uma decisão "equivocada". "Não venho a esta tribuna
dizer que meu voto será por mera solidariedade ao senador Aécio. Com todo
respeito a ele, estou longe de aceitar sua procuração ou sua causa. Não estou
nesta tribuna anunciando voto em razão do que envolve o senador. Voto em favor
da Constituição. Ministro do Supremo não é legislador, não é poder
constituinte. Quem escreve a Constituição é quem tem mandato popular",
argumentou.
Já
o senador Álvaro Dias (Pode-PR) criticou o que classificou de “impasse” surgido
a partir do instituto do foro privilegiado. “A decisão do Supremo Tribunal
Federal, corroborada pelo Senado, vem na contramão da aspiração dos
brasileiros, que é de eliminar os privilégios. Nós estamos alimentando-os. Não
votamos contra o senador, votamos em respeito à independência dos Poderes, em
respeito a quem compete a última palavra em matéria de aplicação e
interpretação da Constituição, que é o Supremo Tribunal Federal”, disse.
Antes
da votação, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), que visitou Aécio nesta
terça-feira (17), também defendeu o parlamentar mineiro. "A votação hoje é
muito além do caso do senador Aécio, a situação dele terá seguimento no STF,
qualquer que seja o resultado. Algumas pessoas imaginam que ele foi julgado
hoje em definitivo. Ele continuará sua jurisdição na Suprema Corte. Não há que
se falar em impunidade. Isso até é um desrespeito à Suprema Corte. Os ministros
do STF vão, a partir dos autos do processo, se isso virar um processo, porque
estamos na fase de inquérito, absolver ou condená-lo, de acordo com as provas
que tiver nos autos desse processo", disse.
Mais
cedo, o PT havia anunciado voto contrário a Aécio. Antes, havia se posicionado
defendendo que o Legislativo tem o poder de revisar medidas cautelares impostas
pelo Supremo.
Com
informações portal Agência Brasil
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