O
PSDB se vê numa enrascada política. Está emparedado entre o projeto de chegar à
Presidência da República, o atrelamento com um governo impopular e a
complicação judicial de seus mais destacados expoentes.
A
cada 15 minutos no governo Michel Temer (PMDB), as chances de o PSDB eleger o
próximo presidente da República ficam menores. Porém, o partido não sabe como
se desvencilhar. Mais que isso, setores influentes da legenda não querem largar
o governo.
O
principal dificultador para a saída da sigla do governo é justamente a
enrascada judicial em que está o senador Aécio Neves (PSDB). Para proteger o
mineiro, o apoio governamental, a interlocução no Judiciário e a sustentação da
base aliada são determinantes. Não fosse isso, talvez o tucano estivesse hoje
preso.
O
partido já não sabia como sair dignamente do governo Temer — e muita gente no
partido nem queria isso. Também não pode e não quer largar Aécio. Assim, a
pretensão presidencial fica mais distante. É muito desgaste somado para pouca
competitividade dos candidatos.
Na
pesquisa Datafolha divulgada neste fim de semana, os pré-candidatos do PSDB não
passam de 10% das intenções de voto em nenhum cenário. Não aparecem nem entre
os três primeiros em simulação nenhuma. Na pesquisa espontânea, o tucano que
aparece, João Dória, tem 1%. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 18%. Jair
Bolsonaro (PSC) tem 9%.
Certo,
falta um ano para a eleição e muita coisa pode mudar. Porém, em 2013, um ano
antes da eleição, os tucanos tinham entre 17% e 25% das intenções de voto no
Datafolha. No fim de 2009, os potenciais nomes do PSDB tinham entre 16% e 37%.
Em outubro de 2006, as opções tucanas tinham de 16% a 27%. Todas essas foram
eleições, vale lembrar, em que o PSDB perdeu. E hoje não tem nem a metade do
pico de intenções de voto obtido nas últimas três eleições.
Pode
largar pior e vencer a próxima eleição? Claro que pode. Mas, que o cenário não
é favorável parece evidente.
Publicado
originalmente no portal O Povo Online
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