Plenário vazio do STF (Foto: Nelson Jr) |
Iniciado
no último dia 5 de outubro, o julgamento que decidirá se a extinção do Tribunal
de Contas dos Municípios (TCM) será suspensa, ou não, pode ser concluído hoje (25/10).
A matéria está na pauta do Pleno do Supremo Tribunal Federal (STF) e deve ter
prioridade por que a discussão já foi iniciada e também devido às frequentes
pressões de grupos de cearenses em Brasília.
O
que será decidido não é, ainda, a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)
contra a Emenda aprovada pela Assembleia Legislativa do Ceará (AL-CE) que deu
fim ao órgão, mas uma medida cautelar para suspender os efeitos da extinção.
Na
tarde de ontem (24/10), o governador Camilo Santana (PT) e o conselheiro
Edilberto Pontes, presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), encontraram-se
com o ministro Alexandre de Moraes para discutir o assunto.
A
Corte Superior tem sofrido pressões para julgar a matéria há semanas e
espera-se que, hoje, julgamento seja concluído. Essa é a primeira vez que
Camilo vai pessoal e oficialmente a Brasília para discutir o fim do TCM,
aprovado pela sua base na Assembleia Legislativa em julho. O conselheiro
Domingos Filho, ex-presidente do órgão, está em Brasília desde que entrou com o
pedido de medida cautelar. Sessão do Pleno está marcada para iniciar às 14
horas.
Após
o encontro com Moraes, Edilberto afirmou que o objetivo dele e do governador
era “mostrar que o TCE é um tribunal diligente, moderno, eficiente, ao
contrário do que se tem dito,” e capaz de receber os processos do TCM. “Se (a
Emenda) for considerada inconstitucional, não será por falta de condições do
TCE, mas por outras questões”, resumiu. “Logicamente que o ministro só escutou,
a decisão é dele”.
O
ministro Marco Aurélio, relator do caso do TCM no Supremo Tribunal Federal
afirmou em setembro que não iria decidir monocraticamente sobre a liberação de
liminar para suspender a extinção do órgão. Em decisão do último dia 18, ele
indeferiu ação cautelar da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do
Brasil (Atricon), que pedia a suspensão do fim do TCM, e disse que assunto
seria tratado pelo Pleno do STF.
Assunto
do Estado que ganhou, desde o início, contornos políticos, o fim do TCM foi
aprovado duas vezes pela Assembleia Legislativa após rompimento dos Ferreira
Gomes, grupo do governador, com Domingos. Na Casa, a temática foi minimizada
pelos governistas, que se declararam “confiantes” com a decisão do Pleno. Foi a
oposição que tocou no assunto.
Destacando
“motivações políticas” da extinção, Roberto Mesquita (PSD) afirmou que a medida
representa um “passo para trás” no controle de contas do Estado. “A verdade é
que a Assembleia foi a arma usada para se vingar de políticos que irritaram os
faraós do Governo”, acusou.
Odilon
Aguiar (PMB) criticou movimentação de Camilo, afirmando que ele deveria estar
buscando recursos para a saúde e segurança do Ceará. “O que Camilo Santana quer
reunido com o homem que julga as contas dele, discutindo a extinção do TCM?”,
alfinetou.
Segundo
agenda oficial, o governador participou da posse do ministro Napoleão Nunes
Maia Filho como corregedor-geral da Justiça Eleitoral. Hoje, está prevista
reunião com o Ministério nas Cidades e Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES) sobre a linha leste do metrô.
Com
informações portal O Povo Online
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