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20 de outubro de 2017

Eunício declara voto em Lula em 2018

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB), afirmou ao jornal O POVO que “votará em Lula” para a Presidência da República em 2018. “Se não houver um entendimento nacional, se não houver uma aliança local que me obrigue diferente, eu sou eleitor do Lula”, disse ontem (19/10) após abertura do Seminário Empreender, no Centro de Negócios do Sebrae.

Como o peemedebista avalia que a sua legenda não vai lançar candidato próprio à Presidência, Eunício defende a liberação de alianças nos estados. “O PMDB é um partido livre”, diz. “Se tiver liberado, se (o voto) for livre, obviamente votarei no presidente Lula”, repetiu o senador.
A declaração fortalece tese de que Eunício estaria se aproximando do governador Camilo Santana (PT) com a intenção de disputar uma das vagas ao Senado dentro da possível aliança com o petista. A outra já estaria fechada com o ex-aliado Cid Gomes (PDT).

Se a hipótese se confirmar, as eleições do próximo ano reviverão 2010, quando Lula pediu votos para Cid ao Governo do Estado e para Eunício no Senado.

Camilo, que já declarou voto em Ciro para 2018, tem negado que as conversas com o senador sejam motivadas eleitoralmente. De acordo com ele, os frequentes encontros com Eunício têm acontecido para destravar recursos para o Estado.

Nem Cid nem Eunício, no entanto, afastam a possibilidade de aliança. O próprio presidente estadual do PT, De Assis Diniz, já chegou a afirmar em outras oportunidades que, se o peemedebista se submeter ao programa da sigla, isso poderia ser discutido.

Para o petista, a fala do senador “reflete o bom senso de qualquer político” do Estado. “O Lula detém no Ceará, segundo pesquisas internas, 72% das intenções de voto. Qualquer político de bom senso vai olhar esse patrimônio do Lula”, analisa. O dirigente defende também que “quem quer ser eleito não pode estar negando receber apoio para a sua eleição”, referindo-se a Lula.

Se a declaração vai levar de fato a uma aliança com o governador, porém, ele pondera que não pode dizer. “Mas se ele (Eunício) assumir compromisso, por que não?”, questiona. Na tarde de hoje, em São Paulo, De Assis vai se reunir com Lula, quando deve tocar no assunto.

Ainda sem nome certo para lançar ao Governo, a oposição no Estado apostava em Eunício até o meio deste ano. Quando as tratativas com Camilo ficaram mais fortes, o senador Tasso Jereissati (PSDB) admitiu possibilidade de candidatura. A ideia do tucano, porém, era estar ao lado do PMDB, possibilidade que se distancia agora com declaração do peemedebista.

O rompimento oficial entre o PMDB e o PT só aconteceu em março de 2016, deixando espaço livre para que o senador votasse a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. A partir daí, passou a ser chamado, ao lado do presidente Michel Temer (PMDB), de quem é bastante próximo, de “golpista” por partidos da oposição.

Rompimento entre Eunício e os Ferreira Gomes, atualmente no PDT, aconteceu em 2010. Desde então, eles já trocaram diversas farsas públicas. O ex-ministro Ciro Gomes é quem tece mais críticas ao peemedebista, já tendo o chamado de “aventureiro, lambanceiro e mentiroso”. Em evento regional da legenda este ano, Eunício chegou a dizer que “perdoou” a todos que o traíram, fazendo referência aos irmãos.

Com informações portal O Povo Online

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