Senadores Aécio Neves e Tasso Jereissati travam briga pelo comando do partido (Foto: Antonio Cruz) |
A
queda de braço pelo comando do PSDB, travada pelos senadores Tasso Jereissati
(CE) e Aécio Neves (MG), expõe ainda mais o racha no partido. O mineiro sofre
pressão do cearense, que assumiu interinamente a liderança do partido em maio,
após afastamento de Aécio por denúncias na Operação Lava Jato.
Tasso
já defendeu publicamente a renúncia de Aécio do cargo. Há rumores de que o
cearense articula, internamente, a saída do senador mineiro. Na última
quinta-feira, 19, o tucano buscou apoio do governador de São Paulo, Geraldo
Alckmin, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em reunião em São Paulo
que durou cerca de três horas.
O
encontro, que ocorreu no apartamento de FHC, é confirmado pela assessoria de
comunicação de Tasso. A equipe, no entanto, nega que o futuro de Aécio tenha
sido o assunto principal da conversa.
Nos
bastidores, a tese é de que as articulações de Tasso teriam feito Aécio recuar
da decisão de deixar de vez a presidência do partido. A expectativa do senador
seria renunciar ao cargo na última quarta-feira, 18, mas a movimentação do
cearense levaram o correligionário a adiar a decisão.
Aécio
deve se posicionar na próxima semana, prazo limite que Tasso teria dado, sob
ameaça de ele mesmo renunciar à presidência interina da sigla. Ao O POVO, a
assessoria do tucano alegou que essas informações não passam de rumores e que o
senador ainda não se pronunciou sobre a continuidade de Aécio no cargo.
Aécio
evitou comentar a disputa com Tasso na volta ao Senado, após a Casa derrubar a
decisão do Supremo Tribunal Federal de mantê-lo afastado do parlamento.
Perguntado sobre o futuro na presidência do PSDB, o tucano cutucou Jereissati
dizendo: “Não trato de questões partidárias na imprensa”.
Os
tucanos admitem que as tensões entre Aécio e Tasso ampliam ainda mais o racha
interno do partido e podem trazer repercussões
para
a sigla.
O
deputado federal Guilherme Coelho (PSDB-PE) diz que, como investigado, Aécio
Neves deveria mesmo ter se licenciado da presidência do partido, mas que cabe a
ele a decisão de deixar o comando da sigla.
“Por
legitimidade, ele tem esse direito. Se ele achar por bem, continuar na
presidência, é uma decisão dele”, considera o parlamentar.
Deputado
pelo PSDB de Minas Gerais, Caio Nárcio classifica as investidas de Tasso como
“equivocadas”. Para ele, a situação “em nada ajuda a melhorar a unidade do partido”.
“Se
o Aécio decidir continuar como presidente do partido, acontece o quê?”, avalia
o parlamentar, dizendo que as articulações do senador cearense são “retóricas”.
“Esse é o tipo de situação que o partido tem que sentar e resolver”, considera.
Com
informações portal O Povo Online
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